Reencontro feliz, mas só para o Galo: Ronaldinho é vaiado no Maracanã
Dizer que Giovanni Augusto trilha o caminho de Ronaldinho Gaúcho seria um exagero. O meia atleticano, a cada partida, dá mostras de evolução, mas ainda tem um caminho longo a trilhar se quiser ser comparado ao antigo dono da camisa 10 do clube. No Atlético-MG, inclusive, Giovanni usa a 14, herdada de Lucas Cândido, que com uma lesão no joelho, praticamente não jogou na temporada. Mas é fato que no reencontro de R10 com o Galo, o jogador do alvinegro chamou muito mais a atenção do que o astro. No primeiro tempo ele ditou o ritmo e ainda marcou o gol do time. Enquanto isso, Ronaldinho errava as poucas jogadas que tentava e tinha que conviver com as vaias do torcedor.
Parecia, inclusive, que R10 ainda era do Galo. Antes de entrar no gramado o jogador cumprimentou um a um os atletas do alvinegro, e assim que se dirigiu ao gramado olhou para o lado onde estava a “massa”. O ritual continuou como se ele ainda estivesse na equipe de Belo Horizonte, já que cumprimentou também os reservas que estavam no banco. Nem Levir, principal causador do fim do casamento feliz, foi ignorado, e recebeu do meia um forte abraço. Antes do pontapé inicial o torcedor do Galo ainda saudou o meia, que, com a mão no peito demonstrou todo o carinho pelo clube que o tornou campeão da América.
Mas parou por aí o clima de tranquilidade e festa. Com a bola rolando, Ronaldinho não foi nem a sombra do jogador que ficou pouco mais de dois anos em Belo Horizonte. Os lampejos, já raros no fim daquela passagem, tornaram-se ainda mais raros, para não dizer inexistentes nesse domingo.
Na primeira tentativa até demonstrou categoria, numa enfiada de bola de três dedos, que acabou interceptada por Victor, atento no lance. Mas foi só. Vieram outros toques, poucos, mas apenas para a irritação do torcedor do Fluminense. Em novo erro, vaias começaram a cada toque na bola.
O posicionamento também mudou. Mais adiantado, como se fosse um falso centroavante, Ronaldinho demonstrou pouca mobilidade e até atrapalhou a articulação do ataque em alguns momentos. Num contragolpe, iniciado por um passe errado interceptado por ele, acabou preterido por Jean, que chutou sobre o gol. Livre, R10 não recebeu o passe que em outros tempos poderia ser fatal.
Veio o segundo tempo e coube a Gum fazer as vezes de meia, já que, de antes do meio-campo, acertou ótimo lançamento para Wellington Paulista empatar o jogo. A euforia do torcedor tricolor foi diminuindo com o passar dos minutos, uma vez que a equipe mineira passava a controlar as ações. Novo passe errado e fim da paciência. Enderson Moreira chamou Magno Alves para substituir Ronaldinho, aos 22 minutos da etapa final. As arquibancadas se dividiram entre vaias e aplausos, mas Ronaldinho, com certeza, percebeu que não teve uma tarde feliz, bem diferente dos tempos de Minas Gerais.
Fonte: Globo Esporte