Por R$ 1 milhão, Corinthians diz não e goleador da base deixa o clube
Principal figura do Corinthians na conquista da Copa do Brasil Sub-17 no ano passado, com sete gols marcados, o atacante Caio Emerson, 18 anos, já não é mais atleta do clube. Em meio a um imbróglio, ele, que não atua com a camisa corintiana desde maio, ficou sem contrato no último fim de semana. Mas não há solução à vista para o caso.
Contratado do Cruzeiro para a categoria Sub-15, Caio tinha um acordo prévio para a assinatura de seu vínculo profissional quando completasse 16 anos: o Corinthians, que recebeu o atacante sem custos naquela ocasião, deveria investir R$ 1 milhão para se tornar dono de 50% de direitos econômicos. O presidente Roberto de Andrade, porém, vetou que esse pacto feito pelo ex-presidente Mário Gobbi fosse cumprido.
Nos últimos meses, o Corinthians retirou Caio Emerson de campo e, inclusive, solicitou à CBF que não levasse o atacante para pelo menos uma convocação da seleção brasileira da categoria. Em função do problema, ele não treina no Parque São Jorge desde junho.
Algumas propostas foram apresentadas pelo Corinthians ao jogador, que por meio de seu empresário recusou a assinatura do contrato profissional. A melhor oferta, segundo fontes ligadas à direção, se aproximava de R$ 500 mil.
Até o último fim de semana, porém, Caio Emerson seguia ligado ao Corinthians por um contrato de amador. Mesmo expirado, esse vínculo assegura ao clube o direito de receber sobre o valor investido na formação do atleta nos últimos três anos. No cálculo do estafe de Caio, a liberação dessa maneira custaria algo em torno de R$ 600 mil.
Nos últimos meses, os empresários buscaram possibilidades para o atacante no exterior, mas até o momento nenhuma tratativa avançou. Especulações sobre Barcelona, Everton-ING, Atlético de Madri e Granada-ESP como possíveis destinos surgiram, mas o imbróglio prossegue.
Nós nunca paramos de conversar com o Corinthians, diz Taciano Pimenta, agente de Caio Emerson há anos. Tivemos reuniões com o Fausto, novo diretor da base, e com outro diretor ligado ao presidente para tentar viabilizar. Quando ele foi artilheiro da Copa do Brasil, tivemos muita procura, algumas consultas, mas os clubes hoje têm medo de que se caracterize assédio na Fifa, afirmou Taciano, que espera definir o destino do garoto em duas semanas.
Procurado pela reportagem, o diretor da base corintiana, Fausto Bittar Filho, disse que o caso havia sido repassado ao departamento jurídico. Os responsáveis do setor, porém, não foram localizados até a publicação da reportagem.
Uol