Palmeiras erra passes, cria pouco e vacila na marcação
Sabe aquele Palmeiras que conseguiu uma série de sete jogos de invencibilidade no Campeonato Brasileiro mostrando um futebol ofensivo e intenso, e que depois da chegada de Marcelo Oliveira era considerado um dos favoritos ao título? Ele não entrou em campo na última quarta-feira, no estádio Couto Pereira, e foi derrotado pela terceira vez consecutiva no Campeonato Brasileiro.
Com problemas de marcação e, principalmente, na criação, o Verdão foi derrotado pelo Coxa por 2 a 1 e viu sua sequência negativa agora aumentar para três resultados negativos consecutivos. Insatisfeito, Marcelo Oliveira afirmou que pode mexer na equipe e falou em trabalho para em recolocar o Palmeiras nos trilhos.
Com o resultado, o Palmeiras caiu mais uma posição - o time, que entrou no G-4 há três rodadas, agora é o oitavo, a nove pontos do líder Corinthians. Ainda tem um turno inteiro pela frente, mas o bicampeão brasileiro Marcelo Oliveira sabe que é hora de reagir. O próximo jogo é domingo, em casa, contra o Flamengo.
Entenda alguns dos motivos que fizeram o Palmeiras perder em Curitiba, chegando a sua sexta derrota no Brasileirão:
POUCA CRIAÇÃO E VACILO NO INÍCIO
Sempre elogiado por torcedores, Cleiton Xavier foi uma das novidades da escalação palmeirense para o duelo contra o Coritiba. Apontado por muitos como o substituto de Valdivia no Verdão, ele mais uma vez não empolgou. Com pouca agilidade, o meia abusou dos erros e atrapalhou a evolução do ataque em diversas jogadas.
Nem mesmo os cruzamentos que vinham dando certo no passado levaram perigo ao gol do Coritiba. Foi em um erro assim, em cobrança de falta mal aproveitada pelo camisa 8, que os donos da casa armaram contra-ataque que resultou no gol de Henrique, logo aos 17 minutos (veja no vídeo acima).
ERROS ATRAPALHAM REAÇÃO
O Palmeiras mostrou problemas na marcação, principalmente pelo lado de Egídio na defesa. Os buracos no meio de campo sobrecarregaram Arouca, Leandro Almeida e Vitor Hugo e foram decisivos.
Na frente, os erros de passes - muitos até por tentativas de jogadas de efeito sem necessidade - contribuíram para mais uma partida com baixa produção ofensiva do Verdão. Egídio (dez erros), Dudu (oito erros), Robinho (sete erros), Cleiton Xavier (cinco erros) foram os destaques negativos nesse quesito - o Palmeiras errou 50 passes no total.
– Houve um excesso de soberba, ou preciosismo na hora de fazer a jogada. Estava tocando muito de primeira. Depois que tomamos o gol, virou ansiedade no fim do primeiro tempo. Houve uma cobrança mais forte hoje, saiu o gol rapidamente no segundo tempo e isso nos deu todas as condições de reagir – criticou Marcelo Oliveira.
37 SEGUNDOS...
Depois de um primeiro tempo nulo, o Palmeiras voltou para o segundo tempo tentando mostrar poder de reação. E logo na primeira bola, Dudu errou uma finalização de fora da área e achou Rafael Marques na área, que só completou para o gol.
Mas a reação durou apenas 37 segundos na segunda etapa. Em uma noite nada inspirada, o Verdão se mostrou ansioso e não conseguiu acalmar os ânimos depois do empate.
A LATERAL DIREITA
Sem Lucas, suspenso, e João Pedro, machucado, o técnico Marcelo Oliveira se viu obrigado a improvisar. E a escolha pelo zagueiro Nathan na lateral direita se mostrou ineficiente logo no início.
Nas poucas vezes em que subiu ao ataque, ele não conseguiu criar nada importante no setor ofensivo. Robinho e Arouca tentaram assumir a função ofensiva, mas sem sucesso.
O Palmeiras só passou a criar pelo lado direito depois da entrada do jovem Lucas Taylor, que mostrou personalidade em sua estreia como profissional.
Sem criatividade e velocidade no ataque, o Palmeiras não conseguiu achar espaços para superar o então lanterna do Campeonato Brasileiro. O desespero foi tanto que até Fernando Prass tentou se aventurar no ataque e, de quebra, quase sofreu gol de Negueba no contra-ataque. No fim da partida, visivelmente irritado, ele passou direto pelos jornalistas e não quis falar.
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