Negociação furada de Valdivia com SP previa contrato por produtividade
O São Paulo esteve perto no meio de agosto de contratar o meia chileno Jorge Valdivia, que na ocasião deixara o Palmeiras em fim de contrato para jogar no Al Wahda, dos Emirados Unidos. Meses depois do fracasso naquela que poderia ter sido uma das mais polêmicas transferências do futebol brasileiro nesta temporada, mais detalhes vem à tona. O contrato entre as partes seria por produtividade, no mesmo modelo que o jogador recusou do Palmeiras.
Segundo relatam dirigentes do São Paulo, o contrato oferecido a Valdivia tinha uma equação salarial que previa um salário fixo muito baixo para os padrões do elenco profissional mais uma remuneração por partida disputada, além de valores a partir de metas atingidas. Em resumo, o chileno teria um salário base e ganharia por jogo. Segundo o clube do Morumbi, o meia aceitou o acordo, que previa valores menores do que os propostos pelo Palmeiras na tentativa de renovação.
Ainda no fim de março o Palmeiras enviou proposta de renovação a Luis Valdivia, pai e agente do jogador. Segundo informado por quem está na diretoria do clube, a oferta foi de R$ 120 mil de salário mais R$ 60 mil por partida. Em um mês com oito partidas, o chileno poderia receber R$ 600 mil se atuasse em todas elas. O Palmeiras afirma que Valdivia jamais fez contraproposta, mas informou que não aceitaria o modelo por produtividade e pediu para que lhe fosse apresentada oferta de renovação em perfil comum, apenas com remuneração fixa.
A inesperada tentativa do São Paulo de contratar Valdivia partiu do ex-treinador Juan Carlos Osorio. O colombiano se entusiasmou com o futebol apresentado pelo camisa 10 da seleção chilena durante a campanha que terminou no título da Copa América e pediu a contratação. Osorio disse à diretoria do São Paulo que poderia fazer o jogador render futebol semelhante ao que havia apresentado durante a competição e que precisava de um jogador para fazer sombra a Paulo Henrique Ganso, gerando maior competitividade no elenco.
Após discussão interna a partir da indicação do treinador, o São Paulo conversou com Valdivia pessoalmente - uma das reuniões aconteceu no escritório do vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro. A contratação do chileno nunca foi consenso entre a cúpula tricolor, mas foi vista como alternativa para satisfazer Osorio em um momento em que o técnico pensava em pedir demissão devido ao desmanche do elenco, por problemas financeiros.
Hoje o São Paulo afirma que a negociação com Valdivia não se concretizou por dois fatores. O ex-presidente Carlos Miguel Aidar abandonou a ideia depois de ser pressionado por dirigentes e conselheiros contrários à contratação, por causa da rivalidade com o Palmeiras e episódios com o próprio chileno. Além disso, o São Paulo não tinha certeza se conseguiria romper o acordo firmado anteriormente entre Valdivia e Al Wahda, ainda durante a Copa América.
Procurada, a assessoria de imprensa de Valdivia negou que o jogador tenha recebido proposta contratual do São Paulo e afirmou que não houve nada apresentado.
Fonte: UOL esportes