Herança familiar: Ortiz vibra com ascensão do filho na zaga do Inter
Talento vem de berço. Se Ortiz foi uma lenda do futsal - encarreirou títulos pelo Inter e seleção -, o agora coordenador das categorias de base do Inter vê o filho, Léo Ortiz, começar a trilhar seu caminho. E os primeiros passos do rebento enchem o ex-jogador de orgulho.
Léo Ortiz tem duas partidas pelo time do Inter, diante do Oeste, pela Copa do Brasil, e Brasil-Pel, pelo Gauchão. E ganhou destaque em ambas oportunidades.
- É um orgulho muito grande. Ele conseguiu por mérito dele, das escolhas que fez. Foi muito legal vê-lo feliz, como torcedor do Inter também. Estava nas arquibancadas comigo por tantos anos e agora dentro do campo - vibra o pai, em contato com o GloboEsporte.com.
Com esse cartaz, Léo Ortiz tem chance, inclusive, de ser titular no próximo sábado no clássico Gre-Nal. Ansiosidade para o defensor, não falta.
– Fico ansioso em toda partida, imagina em Gre-Nal, sendo o primeiro. Zago vem me passando conselhos para me dar tranquilidade – contou Léo Ortiz, na zona mista do Beira-Rio, após vitória contra o Brasil-Pel.
Se dizem que a primeira vez, nunca é esquecida, então a última quarta-feira foi de emoção entre os Ortiz. Empolgados com o desempenho do garoto na goleada por 4 a 1 sobre o Oeste pela Copa do Brasil, quando deu uma assistência a Carlos e salvou um gol em cima da linha, a família celebrou o início de Léo. Até porque o garoto de 21 anos alcançava o que que sempre buscara.
- Ele está realizando um sonho. Foi sempre torcedor - exalta.
Para chegar a este ponto, no entanto, não houve interferência do pai famoso. Ortiz, apesar da bagagem acumulada, evitou colocá-lo no caminho da bola. Deixou Léo escolher o que faria. Porém, o destino acabou o mesmo. Começou no futsal, mas, depois, rumou para o campo.
- Foi ele quem escolheu. Se não queria ir ao treino, não ia. Ficou sempre muito à vontade. A criança tem que se divertir. Não faria ele ser um jogador de futsal só porque fui. Acho que aquilo foi bom para mim e tentei passar pra ele. Quando ele quis ir para o futsal, foi - lembra.
Ortiz não interferiu na carreira do filho Léo, zagueiro do Inter (Foto: Arquivo Pessoal)
Isso não significa que não aconselhe. Pelo contrário. Como o próprio zagueiro de Antônio Carlos Zago diz, recebe conselhos e cornetas do pai. Tudo para aprimorar as falhas e nunca se acomodar. O experiente Ortiz aposta que, quanto mais rodagem ganhe, mais Léo demonstrará outras virtudes.
- Acredito que, quanto mais tenha oportunidade, se soltará ainda mais. Ele assiste muito futebol, principalmente europeu. Analisa muito os jogadores do Barcelona, do Bayern de Munique.
O próprio Léo referenda o discurso do pai. Apesar de evitar comparações, tem em Mascherano e Hummels, seus espelhos para moldar seu estilo de jogo.
– Gosto muito do Mascherano e do Hummels. Procuro ver o que eles fazem, mas não me comparo muito. É outra realidade. Eu tento fazer o meu – comenta.
Caso confirme tais qualidades, não será difícil que tenha vida longa no Beira-Rio. O atual contrato expira no final do ano. O representante do zagueiro já discute com o departamento de futebol colorado para estender o vínculo. O objetivo é o de ganhar o destaque que o pai teve no futsal, mas para o gramado.