Fifa pagou para Irlanda não protestar contra mão de Henry, diz dirigente

04/06/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

Mais uma denúncia atinge o comando do futebol mundial. John Delaney, executivo da Federação Irlandesa de Futebol, disse nesta quinta-feira à Rádio RTE, de seu país, que a entidade foi paga pela Fifa para não entrar com um recurso contra o gol irregular, com toque de mão do atacante Thierry Henry, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010 - Gallas empurrou para a rede. O lance aconteceu em 18 de novembro de 2009, em Paris, em empate por 1 a 1 contra a França, que acabou classificada para o Mundial da África do Sul. O árbitro sueco Martin Hansson ignorou a irregularidade.

A jogada enfureceu os irlandeses, que ficaram fora do Mundial e passaram a ameaçar entrar com um recurso. Para acalmar os ânimos, a Fifa cedeu o dinheiro à federação do país, revelou o dirigente. O valor seria de 5 milhões de euros (R$ 16 milhões), segundo a agência Reuters.

- Foi um pagamento para a associação não entrar com um recurso. Houve um acordo de confidencialidade, pelo qual não posso falar sobre valores - disse o dirigente.

De acordo com o cartola, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, foi diretamente envolvido na negociação.

- Nós sentíamos que tínhamos um caso contra a Fifa pela forma como aconteceram as eliminatórias, aquele gol de mão do Henry. E também a maneira como Blatter se comportou, rindo de nós. Eu falei para ele como me sentia a respeito disso. E chegamos a um acordo. Foi um acordo muito bom para a federação - completou.

Detalhes...

John Delaney estava com a língua solta. Ele também revelou uma cena pessoal envolvendo Blatter. E em detalhes...

- Ele conheceu minha parceira, Emma, em Viena recentemente. Ele olhou para ela por sete ou oito segundos e disse: Aprovo sua namorada. Eu disse para ele dar no pé. E ele foi.

Fifa admite repasse de US$ 5 milhões

Segundo a rede britânica BBC, um porta-voz da Fifa confirmou o acordo para o repasse de 5 milhões de dólares à federação irlandesa, mas que seria um empréstimo para a construção de um estádio. O dinheiro deveria retornar para a entidade máxima do futebol caso a Irlanda garantisse vaga para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Como os europeus acabaram não se classificando, a Fifa abriu mão do recebimento no dia 31 de dezembro do ano passado.

Em nota oficial, a federação irlandesa também confirmou o acordo e disse que o dinheiro foi aceito para evitar uma longa e custosa ação judicial. Ainda segundo a entidade, os recursos - € 5 milhões - foram detalhados nas prestações de contas, auditadas de maneira independente, e aplicado nas obras do Estádio Aviva, na capital Dublin. A federação fez questão de ressaltar que o acordo não influenciou a posição crítica da entidade em relação à Fifa e o presidente Joseph Blatter.

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