Fifa abre processo contra CBF após gritos de bicha em jogo da seleção
A Fifa abriu processo disciplinar contra a Confederação Brasileira de Futebol em virtude de gritos de bicha durante jogo Brasil 2 x 1 Colômbia, em 6 de setembro, na Arena Amazônia, pelas eliminatórias da América do Sul. A informação foi apresentada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo UOL Esporte. Em comunicado à reportagem, a entidade que regula o futebol mundial destacou que não tolerará qualquer tipo de discriminação.
A Fifa acrescentou que não é possível ainda dar detalhes do que pode representar esse processo contra a CBF. A decisão será publicada após a próxima reunião do Comitê Disciplinar da Fifa e depois de as partes envolvidas terem sido notificadas.
O Comitê Disciplinar da Fifa irá julgar todos os casos com base nas especificidades de cada um e após uma análise profunda de todas as informações e provas disponíveis.
A CBF informou que foi notificada na manhã desta sexta e que irá se defender.
Esse grito, que se tornou comum no futebol brasileiro, acontece sempre que um goleiro adversário chuta a bola.
De forma geral, a FIFA tem uma posição firme e de zero tolerância contra qualquer forma de discriminação, conforme descrito nos seus estatutos. A Fifa continua a apelar para que a comunidade do futebol se una e use as suas vozes para erradicar o racismo e a discriminação do futebol e da sociedade, além de impor os regulamentos já em vigor. Conscientização também é um pilar importante desta estratégia que está sendo colocada em prática. A Fifa publicou no ano passado um Guia de Boas Práticas a Favor da Diversidade e Contra a Discriminação com o objetivo de apoiar todas as associações-membro nos seus esforços contra a discriminação. O sistema de monitoramento contra a discriminação também está sendo implementado nas Eliminatórias da Copa do Mundo da Fifa 2018, informou a assessoria de comunicação da Fifa ao UOL Esporte.
CBF tem campanha contra discriminação desde 2014
Ao UOL Esporte, a CBF comunicou que não tolera qualquer tipo de discriminação e que, desde abril de 2014, mantém a campanha Somos Iguais.
A iniciativa ocorreu após acontecimentos de racismo no futebol brasileiro, como os casos envolvendo os jogadores Tinga, então no Cruzeiro, e Arouca, na época no Santos, e o árbitro da Federação Gaúcha de Futebol, Márcio Chagas da Silva.
O objetivo da campanha é a conscientização e o repúdio sobre qualquer ato de preconceito, seja racial, econômico, religioso, social, sexual, entre outros. A campanha é apresentada em jogos do Brasileirão e da seleção.
Uol