Federação pede, mas MPE deve vetar Morenão para Série D
A Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) pediu autorização do Ministério Público Estadual (MPE) para que o Operário mande seus jogos em casa pelo Campeonato Brasileiro Série D no Estádio Morenão. O pedido, porém, não deve ser atendido.
Diante da solicitação, o titular da 43ª Promotoria de Justiça, Luiz Eduardo Lemos de Almeida, notificou a FFMS a encaminhar documentos que comprovem a execução dos reparos, consertos e correções exigidos pelo MPE em janeiro deste ano, quando liberou o estádio para os jogos do Campeonato Estadual.
A federação deveria corrigir até abril passado problemas no sistema estrutural (armaduras expostas, com baixo cobrimento e corrosão) e no sistema elétrico - não foram apresentados alguns relatórios de ensaio e exames, projeto do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), e falta de placas de identificação e advertência.
Estes defeitos foram classificados como de “grau de risco médio” no laudo de vistoria de engenharia, acessibilidade e conforto do Morenão, realizado em janeiro pelo engenheiro Eduardo Aleixo.
As reformas exigidas não foram feitas. Em nota enviada à reportagem em abril passado, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) revelou que “somente por meio de parcerias será possível realizar as adequações”.
A notificação da 43ª Promotoria de Justiça reforçou ainda que a FFMS não poderá designar nenhum jogo da Série D do Brasileiro para o Morenão até que o MPE delibere sobre o pedido, sob pena de sanções previstas no Estatuto do Torcedor em caso de desobediência.
Os jogos do Operário em casa pela Série D estão marcados para o Morenão. O presidente do clube, Estevão Petrallás, havia adiantado que pediria a alteração do local para o Estádio das Moreninhas. O mandatário se reuniu com a UFMS em abril e já contava com uma eventual interdição da praça esportiva.
O primeiro duelo do Galo em Campo Grande será no domingo (12), às 16h, diante do União-MT.
MAIS REFORMAS
Além dos reparos dos problemas de grau de risco médio, o MPE também pediu que as recomendações feitas em laudo elaborado pelo Departamento Especial de Apoio às Atividades de Execução (Daex) devem ser atendidas em até julho.
A divisão pediu estudos e testes na estrutura do estádio a fim de atestar ou não a segurança estrutural da marquise; inspeção na manta aplicada sobre a marquise, cuja garantia do fabricante expirou há cinco anos; pintura da face inferior da cobertura com tinta látex, para possível constatação de infiltrações; e criação de um plano de manutenção continuada.
Por JONES MÁRIO
Foto: Álvaro Rezende / Arquivo / Correio do Estado
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