Dorival Júnior admite o óbvio. O Brasil vem piorando a cada partida sob seu comando. Mas CBF nem pensa em demissão. Ainda...
A vitória contra a Inglaterra e o empate com a Espanha, em amistosos, com os rivais desfalcados, iludiram. As ideias táticas já escassearam na Copa América. E agora nos jogos das Eliminatórias, o Brasil conseguiu piorar. Dorival não teve como negar a decadência do time
Os vexames se acumulam.
Em dez partidas sob o comando de Dorival Júnior, o Brasil já foi eliminado da Copa América.
Ainda nas quartas de final.
E com ele, o futebol da Seleção só piora.
Foi péssimo na vitória diante do Equador, com direito a vaias, em Curitiba.
Ontem, contra a fraca seleção do Paraguai, derrota por 1 a 0.
Depois de 16 anos, o selecionado deste país perdeu para o do país vizinho.
O Brasil está apenas no quinto lugar das Eliminatórias.
Independentemente do futebol cada vez mais fraco, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, avisa que Dorival não corre risco de demissão.
Pelo menos é o que garante mesmo após o vexame de ontem.
O plano de Ednaldo é ‘fazer o máximo’ para manter Dorival até a Copa do Mundo.
Acredita no seu trabalho e a ligação entre os dois está muito consolidada.
Ednaldo sabe que, depois de Dorival, só há estrangeiros.
E ele lembra bem o que sofreu com a indefinição de Carlo Ancelotti.
Com o apoio incondicional do presidente da CBF, Dorival deu entrevista nesta madrugada, depois da derrota contra o Paraguai.
“A partir do momento em que sofremos o gol, nos perdemos. Tudo o que vinha sendo construído, até o final da primeira etapa, deixamos e abrimos mão. Foi o pior tempo desde que aqui estamos e contribuiu para o resultado final”, admitiu o técnico.
Ele apostou no ataque do Real Madrid: Rodrygo, Endrick e Vinicius Júnior.
Só que a bola mal chegou no trio.
Por conta dos volantes André, Paquetá e Bruno Guimarães.
Jogadores condutores de bola que não têm velocidade, não driblam, não infiltram.
Preferem trocar passes laterais.
Perguntado sobre a evidente falta de criatividade no meio-campo, ele não deu uma resposta direta.
“Acho que de um modo geral você tem que buscar um equilíbrio rapidamente. Nós temos um posicionamento, temos uma postura que nos dá a posse de bola, uma troca de passes com velocidade, e está nos faltando o detalhe mais importante, que são as infiltrações e momentos finais para sermos mais incisivos e diretos. É uma pena isso, estamos trabalhando bastante, mas acabou que isso comprometeu muito o nosso resultado e a razão da primeira etapa que deixamos muito a desejar.”
Se Dorival ‘trabalhou bastante’ está longe de ser o suficiente.
Na partida contra o Paraguai não apareceu esse trabalho.
A falta de confiança era transparente em toda a equipe.
Principalmente em Vinicius Júnior, que sonha ser escolhido como o melhor do mundo na temporada 2023/2024.
E ontem jogou muito mal.
Foi absolutamente controlado pelo lateral Cáceres.
Outra resposta evasiva, sem conteúdo direto, de Dorival Júnior.
Lembrando as coletivas de Tite, quando o Brasil ia mal.
“Não é que seja pelo momento ou pela situação, é uma instabilidade natural de uma partida. Você está brigando pelo seu melhor e nem sempre acontece. Deu para sentir isso. Não só com o Vini. Pela maneira que foi a primeira etapa, nos faltou muita coisa, sou responsável por isso. Não quero penalizar atleta algum, mas temos que trabalhar e entender que precisamos de mais para chegar ao nível que todos queremos. Estamos buscando a todo custo. Não é simples, não é fácil, é trabalhoso, mas temos que trabalhar para chegar a esse caminho.”
Dorival estava bem diferente do homem que havia prometido antes da partida contra o Paraguai.
“O Brasil estará na final da próxima Copa do Mundo.
“Podem me cobrar.”
Começaram as cobranças.
Mas a CBF não pensa em demissão.
Ainda...
Cosme Rímoli R7