Diretoria enfrenta Luxa. Não aceita o Corinthians desistindo da Sul-Americana. E exige fuga da zona de rebaixamento

12/06/2023 10h28 - Atualizado há 1 ano

Treinador havia sugerido no sábado, após o vergonhoso empate com o Cuiabá, deixar de lado a Sul-Americana e focar o Brasileiro, para fugir da zona de rebaixamento. Direção detestou a declaração. Desgaste sério

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REPRODUÇÃO/TWITTER

Vanderlei Luxemburgo deixou pior o ambiente no Corinthians, que já é péssimo, com a eliminação precoce da Libertadores, principal competição em 2023.

Após ser eliminado da décima Libertadores que disputou na sua instável carreira, esperava-se uma reação no Brasileiro, onde o time namora a zona de rebaixamento. E vencer o Cuiabá, em Itaquera, diante de mais de 40 mil torcedores, era "obrigação".

O time jogou mal demais, só empatou em 1 a 1.

Pior foi a reação do treinador, que deixou no ar que seria melhor o clube desistir da Copa Sul-Americana e focar o Brasileiro, para não cair.

Estas foram suas inseguras declarações no sábado.

"A gente não quer ficar dando desculpas. Não temos time para jogar três competições. Nós tínhamos dividido o time reserva para jogar contra o Argentinos Juniors, os meus jogadores disseram que queriam estar todos na Argentina.

"Nós criamos a possibilidade de, de repente, se classificar na Libertadores. O Liverpool [do Uruguai] ganhou, nós empatamos."

Perguntado se não seria melhor nem disputar a Sul-Americana e focar o Brasileiro, com uma derrota para os uruguaios, o treinador deu a seguinte resposta.

"Deixa esperar o jogo para a gente ver."

Ou seja, não está descartada a chance de o Corinthians entrar com garotos, desinteressado no último confronto da Libertadores em Itaquera. Basta não perder para garantir a disputa da Sul-Americana, que funciona como uma compensação aos 3º colocados e eliminados dos seus grupos na Libertadores.

O resultado de suas frases foi desastroso.

A diretoria precisa desesperadamente de dinheiro, com dívidas não assumidas publicamente de mais de R$ 1,3 bilhão.

Além disso, há a chance de uma conquista internacional, diante de adversários muito mais fracos do que os da Libertadores.

Luxemburgo deixa claro que, aos 71 anos, seria muito menos desgastante para ele cuidar apenas do Brasileiro.

Com o detalhe que chegarão contratações importantes no segundo semestre. O meia habilidoso e vibrante Matías Rojas já tem tudo acertado para quatro anos no Parque São Jorge. O paraguaio chega para revezar com o veterano Renato Augusto. O volante colombiano Cuellar também faz parte das prioridades. Michael, também do Al-Hilal, é uma possibilidade. Mais difícil. Luxemburgo ofereceu uma lista de atletas ao presidente Duilio e espera de quatro a cinco reforços.

Para deixar o clima pior, Luxemburgo quer a saída imediata de jogadores com contrato, que não conta. O principal deles é Romero. O paraguaio, que já foi ídolo da torcida, não consegue jogar nem sequer treinar bem. Ele também se cansou do veterano e líder Giuliano. E também o lateral-direito português Rafael Ramos, contratado pelo ex-treinador corintiano Vítor Pereira.

Além disso, o ambiente político corintiano está incendiado. A oposição, comandada, por enquanto, por Augusto Melo, se movimenta com conselheiros, não aceitando a péssima gestão do futebol. Com eliminações vexatórias no Paulista e na Libertadores em 2023.

Haverá eleição no fim do ano. Para o grupo que domina o Corinthians desde 2007, a necessidade de reação do time é urgente.

Luxemburgo garante que o time voltará com "faca nos dentes" depois desses 11 dias que terá de treinamento, com a paralisação dos campeonatos por conta da data Fifa.

Mas, enquanto isso, pessoas ligadas ao presidente Duilio Monteiro Alves perguntam se esse período não seria ideal para a troca de treinador.

A campanha de Luxemburgo é pífia, fraquíssima.

Tem 12 partidas. Seis derrotas. Quatro empates e apenas duas vitórias.

A pressão é cada vez maior para a troca de técnico.

Duilio quer dar um gesto de confiança, com os 11 dias de treino.

Mas ele também não quer o clube a um ponto da zona de rebaixamento.

E nem virando as costas para a Sul-Americana, como sugere Luxemburgo.

A situação está ficando cada vez mais complicada para o técnico.

Esses 11 dias de trabalho precisam ser aproveitados.

Ou ele, que já vem de 15 demissões na sua longa carreira, pode ter mais uma.

A paciência com as desculpas do treinador já acabou...

COSME RÍMOLI | Do R7