Cristóvão Borges vê conotações racistas em críticas que recebe no Flamengo
Na visão de Cristóvão Borges, as críticas ao trabalho dele no Flamengo já passaram do padrão normal do mundo da bola. O técnico vê perseguição nos questionamentos e até mesmo conotações racistas.
Venho sofrendo críticas que fogem ao padrão normal e comum que acontece no futebol. Existem ainda críticas exacerbadas, que viraram perseguição. Algumas delas, sim, com conotação racista. Isso também. Tudo começa com as críticas insistentes, diárias. No conteúdo de umas, com conotação racistas. Fui citado até como Mourinho do Pelourinho, declarou Cristóvão em entrevista à ESPN Brasil.
O termo Mourinho do Pelourinho foi usado em coluna do jornalista Renato Maurício Prado, no jornal O Globo, em 14 de julho.
Cristóvão já havia mostrado descontentamento com as críticas, classificadas como sistemáticas pelo treinador. Na percepção de Cristóvão, há menos paciência com seu trabalho, outro indício de preconceito.
O Flamengo é uma grande lente de aumento. E eu enxergo o racista a qualquer distância por conta da grandeza do Flamengo. A tolerância comigo é diferente. Tudo isso não é uma coisa que afete meu trabalho. Eu me preparei para isso. Mas, quando passa do ponto e me atinge como cidadão, vou procurar meus direitos. O racismo existe e é camuflado, como têm sido essas críticas. Eu sou um treinador que já fui muito criticado e nunca fui de reclamar dessas críticas. Esse tipo de pessoa, além de se esconder, vai querer usar a torcida do Flamengo. O racista vê o negro e acha que ele deve concordar em tudo. Eu defendo as minhas convicções. Eu sei que para eles eu sou um intruso, um abusado. E eu ainda contesto. Sou assim. Minha posição nunca será de pobre coitado. Vivo bem porque estou trabalhando em um clube maravilhoso. Estou vendo meu trabalho acontecer, porque foi um início difícil, acrescentou.
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