Com Tite como garoto-propaganda, Corinthians se vende a empresários
O balanço financeiro do Corinthians, publicado no último mês, confirmou o que era previsto: há uma grave crise instalada no Parque São Jorge. Pelo segundo ano consecutivo, o alvinegro teve queda de receitas – entre 2012 e o ano passado o tombo chegou a R$ 100 milhões. Parte considerável dos direitos de imagem do elenco está atrasada e a diretoria se mexe para conseguir um empréstimo de R$ 15 milhões que possa quitar essa dívida.
Para tentar conter essa sangria, dirigentes aproveitaram um seminário sobre gestão e marketing esportivo, realizado na segunda-feira, em São Paulo, para vender o clube a empresários.
O principal argumento para atrair patrocinadores e novas receitas foi a exposição corintiana. De acordo com os dados apresentados, a equipe gerou R$ 600 milhões em mídia em 2014 e contou com uma audiência superior a 130 milhões de espectadores.
A palestra foi feita na Arena de Negócios do Business FC, espaço que também abriu suas portas para Flamengo, Grêmio, Vasco e Cruzeiro fazerem o mesmo a um grupo de companhias que investem no esporte.
Quem comandou a apresentação alvinegra foi Rogério Biondo, gerente comercial do marketing do clube. Ele comentou sobre a nova administração, sob a tutela do presidente Roberto de Andrade, eleito em fevereiro, e disse que o foco de seu departamento – com profissionais oriundos do mercado, sem experiência no futebol – é em vendas e ativações.
Os corintianos valorizaram a torcida e apontaram que ela tem presença equilibrada entre as diferentes classes sociais. Baseados no valor de exposição do clube, afirmaram que o Corinthians tem a marca mais valiosa das Américas.
Apesar disso, os alvinegros sofrem para preencher as propriedades que têm disponíveis. Na camisa, apenas o espaço máster está ocupado, pela Caixa Econômica Federal, que despeja R$ 30 milhões por ano no time.
Tido como a principal fonte para o pagamento do financiamento para a construção da Arena Corinthians, os naming rights do estádio, inaugurado há um ano, até hoje não foram negociados – o clube estimava que poderia arrecadar cerca de R$ 400 milhões dessa forma.
Ainda sobre o local onde a equipe manda seus jogos, os executivos explicaram sobre a comercialização de camarotes e cadeiras cativas, além da reformulação recente no programa de sócios-torcedores, hoje o terceiro maior do país, com 108 mil associados, atrás apenas de Internacional (136 mil) e Palmeiras (120 mil).
Ao fim da apresentação, foi a vez de o técnico Tite reforçar os pedidos – mas não em pessoa. Foi mostrado um vídeo em que o treinador afirma que o corintiano pode deixar de ser o 12º jogador e se tornar o primeiro, mote da campanha por novos sócios.
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