Brasil é campeão mundial do revezamento 4x100 m e faz história em Yokohama

13/05/2019 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

Bragança Paulista - A Seleção Brasileira masculina do 4x100 m conquistou neste domingo (12/5) um resultado histórico: foi campeã mundial de revezamentos em Yokohama, no Japão. A equipe formada por Rodrigo Nascimento, Jorge Vides, Derick Souza e Paulo André de Oliveira venceu a final do Mundial, com o tempo de 38.05, a melhor marca do mundo nesta temporada.

A vitória não foi fácil. Os brasileiros superaram os Estados Unidos, que tiveram Michael Rodgers, Justin Gatlin, Isiah Young e Noah Lyles - todos atletas com tempos abaixo dos 10.00 -, por 2 centésimos de segundo (38.07). A Grã-Bretanha ficou em terceiro, com 38.15.

Treinados por Felipe de Siqueira da Silva, os jovens velocistas brasileiros acertaram nas passagens de bastão e Paulo André novamente fechou muito bem a prova, assegurando a histórica vitória na linha de chegada. Os quatro atletas, com bandeiras do Brasil, comemoraram muito a conquista na pista do Estádio Internacional de Yohohama, o mesmo que foi sede de outra conquista: o pentacampeonato mundial de futebol de 2002.

É muita alegria. Vocês não têm noção do que a gente passa para estar aqui. A gente merecia muito, muito mesmo. Somos campeões mundiais, gritou Paulo André, de 20 anos, em entrevista dada a Carlos Gil, do SporTV. Estamos muito felizes, muito felizes mesmo. A gente treinou, passou muito tempo fora de casa. A gente é campeão mundial e ninguém tira isso da gente, continuou. Vem outro Mundial por aí. Viemos aqui para buscar a vaga e conseguimos sair com o título mundial. Falo para todos: depositamos nossa confiança em Deus e deu tudo certo, completou, referindo ao Mundial de Doha, no final de setembro e começo de outubro.

Derick, também de 20 anos, destacou a troca de bastão A parte técnica foi boa, muito boa. Nós vimos o vídeo da qualificação e acertamos os detalhes que faltavam e conseguimos ficar com o título. Agora é trabalhar para baixar os tempos individuais mais ainda, disse Derick.

Jorge, de 26, agradeceu ao treinador. A gente tem um grupo muito qualificado e tudo graças à confiança que a Seleção teve em nós e ele (o técnico Felipe de Siqueira) depositou em nós. Ele é o cara!, concluiu, seguido do coro: Felipão, Felipão, Felipão, feito pelos atletas.

Já Rodrigo, de 24, fez questão de mandar um recado. Hoje é Dia das Mães no Brasil e quero agradecer a todas as mães por torcer pela gente. Feliz Dia da Mães, afirmou. O quinto homem da equipe foi Vitor Hugo dos Santos.

No 4x100 m feminino, a equipe formada por Ana Carolina Azevedo, Lorraine Martins, Franciela Krasucki e Vitória Rosa terminou na quarta colocação, com 43.75, ficando atrás somente dos Estados Unidos (43.27), Jamaica (43.29) e Alemanha (43.68). Na qualificação, Andressa Fidélis correu no lugar de Ana Carolina.

A gente fica triste porque o quarto lugar dói, fica perto da medalha. Estamos com uma equipe nova. É a primeira vez que a gente está correndo com essa formação e ainda temos muito a evoluir, comentou Franciela.

Com o resultado, o Brasil volta a figurar entre as grandes equipes. Os quartetos nacionais têm três medalhas olímpicas: prata em Sydney 2000, bronze em Atlanta 1996 e bronze em Pequim e duas em Mundiais: prata em Paris 2003 e bronze em Sevilha 1999.

Na final do 4x400 m misto, prova que o Brasil disputou pela primeira vez na categoria adulta, a equipe formada por Lucas Carvalho, Tiffani Marinho, Cristiane Silva e Alexander Russo terminou em sexto lugar, com 3:20.71, não melhorando o recorde sul-americano estabelecido no sábado (11/5), com 3:18.26. Os Estados Unidos foram os campeões (3:16.43), seguidos do Canadá (3:18.15) e do Quênia (3:19.43).

Nossa expectativa de tempo era outra, mas a gente só tem a agradecer. Não dá para reclamar de nada, disse Tiffani. Conseguimos a classificação para o Mundial, o principal objetivo da equipe. Para Doha vamos treinar mais ainda, entrosar mais ainda o revezamento, estar preparado para entrar e brigar por medalha, completou Alexander. Geisa Coutinho não competiu por estar lesionada.

Na classificação geral, com apenas três equipes, o Brasil terminou em sexto lugar, com 16 pontos, ficando à frente de equipes tradicionais como a China, Itália, França e Grã-Bretanha.

Os Estados Unidos levaram mais uma vez o bastão de ouro, com 54 pontos, seguidos da Jamaica e do Japão, ambos com 27.

Foi sensacional a campanha do Brasil

Pela primeira vez classificamos os três revezamentos em três posições espetaculares, o 6º lugar, o 4º lugar e fomos campeões do mundo. Existe mais alegria, euforia do que ser campeão do mundo? Eu gostaria de ouvir aquela música da vitória do Ayrton Senna para o atletismo brasileiro! Nós merecemos! Somos os campeões do mundo. Estamos eufóricos, todo o grupo, choroso de tanta alegria. Foi sensacional a nossa participação!, comentou Warlindo Carneiro da Silva Filho, presidente da CBAt. Sem o apoio da Caixa e do COB nós não seríamos campeões mundiais do revezamento, agradeceu Warlindo ao patrocinador do atletismo brasileiro e ao apoio do Comitê Olímpico do Brasil na campanha.

Na verdade, o Brasil fez um trabalho muito bem feito de preparação, coordenado por Carlos Alberto Cavalheiro. Antes de seguir para o Japão, os atletas convocados passaram alguns dias no Centro Olímpico de Treinamento de Chula Vista, em San Diego, nos Estados Unidos. As equipes fizeram a preparação final na Universidade de Rikkyo, em Saitama, uma das bases olímpicas do COB para os Jogos de Tóquio 2020. O período de oito dias serviu para aclimatação ao fuso horário, além de fortalecer o grupo e treinar técnicas, como a passagem do bastão.

A equipe participou do Mundial de Revezamentos com recursos do Programa de Apoio às Seleções Brasileiras da Caixa, a patrocinadora oficial do atletismo brasileiro.

Por  Assessoria de Comunicação da CBAt

Foto (Getty Images/IAAF)

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLESTISMO