Bi brasileiro e pai de primeira viagem: um fim de 2015 perfeito para Lucca

04/11/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

Lucca nunca havia feito um gol de voleio na vida. Antes, em treinamentos, já havia tentado o lance de efeito, sem nenhum sucesso. Mas foi desta maneira plástica que saiu o primeiro gol do atacante com a camisa do Corinthians, no jogo mais importante da temporada, a vitória por 3 a 0 contra o Atlético-MG, em Minas Gerais. Terra em que viveu em 2013, quando defendeu as cores do arquirrival Cruzeiro, e fez parte do elenco que conquistou o Campeonato Brasileiro.

Portanto, o hexacampeonato do Timão, que está cada vez mais próximo de se tornar real, será para Lucca um bicampeonato. Além dele, só Ralf (pelo Timão em 2011), Edu Dracena (pelo Cruzeiro em 2003) e Danilo (pelo São Paulo em 2006 e também pelo Timão) têm esse título no elenco atual.

– É sensacional ser campeão de um campeonato tão difícil como este. Tenho a oportunidade de ser de novo, a felicidade é muito grande. Espero que a gente possa concretizar isso logo – projetou.

Contratado em setembro por empréstimo com vínculo até o fim do Paulistão de 2016, o atacante ainda não teve chance como titular, mas ganhou elogios da torcida e do técnico Tite na maioria dos seis jogos que fez saindo do banco de reservas, sempre entrando pela esquerda, na vaga de Malcom.

Nascido em Alto Parnaíba, no Maranhão, mudou-se quando tinha um ano para Palmas, no Tocantins, onde o pai abriu uma panificadora. Entre entregar pães e jogar futebol, escolheu a segunda opção. No Palmas Futebol e Regatas, profissionalizou-se e venceu um campeonato tocantinense. No período, representou ainda Gurupi e Araguaína em duas edições da Copa São Paulo de Futebol, em 2007 e 2009, atuando contra equipes como Internacional e Bahia.

– A gente treinava três meses para a competição para tentar chegar bem. Sabíamos que era uma competição muito visada, que havia muita gente olhando. A viagem até São Paulo, de ônibus, durava um dia. Mas foi tudo muito bom – lembra ele, que fez gols, foi expulso, viu seus times vencerem nas duas edições, mas também sofrer goleadas, como um 9 a 1 para o Bahia.

Dali, partiu para o Boa Esporte (então Ituiutaba), onde ficou por três meses. Ainda em 2009, iniciou sua caminhada no Criciúma, onde completou 150 partidas em 2015, virando um ídolo da torcida, E onde viveu seus piores momentos: duas cirurgias nos joelhos, em 2010 e 2012.

– Rompi o ligamento cruzado anterior dos dois joelhos. Fiquei seis meses parado em cada cirurgia. É muito ruim, o cara se sente um inútil, fica triste todo dia. Mas sabemos que estamos sujeitos a isso. Na primeira vez o baque foi maior, eu estava muito bem, havia feito 21 gols no ano e faltando cinco jogos para terminar a temporada, me machuquei. A segunda eu estava um pouco mais experiente, sabia como seria o processo. É difícil, mas tem de persistir.

Por empréstimo, atuou por Chapecoense (2011) e Cruzeiro (2013). E neste ano, quando menos esperava, pintou a chance no Corinthians, onde quer ficar por muito tempo.

– Estar em um clube como o Corinthians, desta dimensão, com essa torcida, mexeu muito comigo. Não pensei duas vezes para vir. A oportunidade poderia nunca mais bater na minha porta. Pensei: vou chegar lá e mostrar o meu trabalho para conseguir uma renovação de contrato – diz ele, que vem agradando.

Aos 25 anos, aguarda a conquista do título e também a chegada da primeira filha, Laura, fruto da relação com a noiva Tairine Amorim. Felicidade completa para um ano de muitas surpresas.

Fonte: Globo Esporte