Análise: com time misto, Inter mantém padrão de jogo e mostra força para manter liderança

03/09/2020 08h48 - Atualizado há 3 anos

Colorado preserva titulares e por pouco não sai de São Paulo com vitória sobre o Palmeiras na noite de quarta-feira. Empate por 1 a 1 teve "gosto de derrota"

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Jovem Praxedes foi uma das surpresas na escalação — Foto: Ricardo Duarte / Internacional

O Inter descansou alguns dos protagonistas no ano, contabilizava 11 desfalques... E mesmo assim deixa São Paulo com sentimento de "dor" pelo empate em 1 a 1 com o Palmeiras na quarta-feira, pela 7ª rodada do Brasileirão.

O resultado provoca um sabor amargo. Superior durante toda a partida, o Colorado conseguiu abrir o placar já nos acréscimos do segundo tempo, com Thiago Galhardo. A vitória e os três pontos pareciam estar em mãos, mas a equipe cedeu o empate no lance seguinte.

Ficou o "gosto de derrota", como citou o artilheiro da competição, mas a manutenção da liderança e a atuação confortam. Com uma mescla de garotos, reservas e apenas quatro titulares, a equipe replicou as mecânicas de jogo e manteve o padrão e a identidade agressiva de Eduardo Coudet.

Conseguiu se impor, ter controle e ser superior a um rival direto pelo título fora de casa em um jogo que deixou a desejar tecnicamente. Ao mesmo tempo, sentiu muito a falta de um atacante de origem. E vazou (de novo) na bola aérea defensiva.

Nesta quarta-feira, o Inter teve apenas Marcelo Lomba, Víctor Cuesta, Moisés e Patrick como titulares numa escalação inicial cheia caras novas. Literalmente, devido aos garotos.

Johnny foi o primeiro volante, Praxedes atuou aberto pela direita, e Nonato, como meia central. Sarrafiore fez dupla com Marcos Guilherme no ataque. Para não ficar só nos jovens, o "veterano" Rodrigo Moledo voltou à defesa.

O Inter se impôs desde o início e reproduziu em campo alguns conceitos e movimentos treinados por Coudet. A equipe adiantou linhas e tentou ser agressiva para pressionar a defesa do Palmeiras. Também controlou a bola, com quase 60% de posse na partida.

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Johnny, do Inter, contra o Palmeiras — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação Internacional

Algumas mecânicas também estiveram enraizadas. Johnny recuava para fazer a saída de três já característica entre os zagueiros e liberar os laterais. Os meias também foram móveis e alternaram posições para abrir espaço. Mas a equipe esbarrou na falta de um atacante de referência.

Com Sarrafiore e Marcos Guilherme, o Inter não teve profundidade e mal entrou na área do Palmeiras. O time também perde uma opção de maior estatura e imposição física para a bola aérea - seja em cruzamentos ou lançamentos longos.

O resultado? Apesar do controle, apenas oito finalizações. O gol só saiu de pênalti, com Thiago Galhardo, após um segundo tempo em que o as duas equipes caíram de rendimento. O Inter, mesmo com a entrada de alguns titulares.

- Precisávamos ocupar os lugares e tratar de gerar desde a bola por baixo, desde a sucessão de toques. Fizeram grande trabalho, um grande esforço. Foi uma equipe muito dinâmica. Sempre tentou recuperar. Acho que complicamos o Palmeiras na saída. Era um pouco a ideia - analisa Coudet.

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Rodrigo Moledo entrou no time para substituir Zé Gabriel — Foto: César Greco/Ag.Palmeiras

E quando falamos de mesmo padrão, vale também para os erros. A equipe voltou a falhar e vazar na bola aérea. Um minuto depois do gol colorado, Luiz Adriano se desgarrou de Víctor Cuesta e subiu livre para empatar - o oitavo gol sofrido pelo Inter em jogadas no alto, de um total de 14 no ano.

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Divulgação

O Inter é líder do Brasileirão com 16 pontos. A equipe volta a campo no próximo domingo, às 16h, quando enfrenta o Bahia no Beira-Rio, pela 8ª rodada.

Por Eduardo Deconto — Porto Alegre

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