TUDO COMBINADO: Veto de Bolsonaro é jogada política para tentar melhorar sua imagem
Congresso só poderia entrar em recesso após aprovar LDO, e junto o Fundo Eleitoral. Bolsonarismo fez cálculo político, afirma analista do Diap
A base do governo, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, filhos do presidente, votou a favor da "triplicação" do valor do "fundão”, fundo eleitoral, e depois alegou ter sido vítima de uma manobra, sendo que são maioria no congresso nacional e detém o poder de conduzir ou alterar todo e qualquer movimento, em ambas as casas.
Como o destaque foi apreciado por votação simbólica (o voto dos deputados não seria conhecido) por acordo entre as lideranças, o fundão ficou no texto.
Como parte do script Carla Zambelli (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF) e o restante da base bolsonarista justificaram o voto, a favor do aumento, "explicando" que o país não poderia ficar sem orçamento, quando na verdade era só retirar o projeto ou votar os destaques separadamente.
Na realidade o interesse é por a mão nos quase 6 bilhões de reais, mas de uma maneira que pareça com que o presidente é contrário, inclusive discursando e vetando, na tentativa de se descolar do assunto e melhorar sua imagem, desgastada pela impopularidade e avalanche de denúncias de corrupção.
Caberá a maioria no congresso, que é bolsonarista, derrubar o veto e talvez, dependendo de sua "fome", reduzir o valor do fundão, fundão esse que em boa parte será destinado a Bolsonaro, caso esse venha a concorrer a reeleição.
Por TONI REIS