O objetivo de Bolsonaro não é o impeachment de Moraes e sim atiçar suas milícias contra a democracia

20/08/2021 19h40 - Atualizado há 2 anos

A ideia é provocar uma convulsão social para que suas milícias digitais fomente suas milícias armadas contra os poderes constituídos

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Foto: Evaristo Sá/ AFP

Fechando seu terceiro ano de governo, como fez durante os 27 anos em que foi deputado, sem trabalhar, Bolsonaro se dedica exclusivamente a reeleição e a proteção de seus rebentos criminosos.

No começo da noite desta sexta-feira (20), protocolou, junto ao Senado, um pedido de impeachment contra o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

O ato, de tão absurdo e desamparado legalmente, não contou nem com a chancela do Advogado Geral da União, Dr. Bruno Bianco Leal, que se negou a assinar, justificando que é "advogado da União" e não de Bolsonaro, além de afirmar que não haveria legalidade em firmar tal pedido.

Bolsonaro, ciente de que não será reeleito, tal qual como ocorreu com seu ídolo Donald Trump, ataca o sistema eleitoral, pondo a segurança da urna eletrônica em dúvida, ataca o TSE, onde tramita investigação da Polícia Federal por crime eleitoral e, por fim, o STF onde certamente será julgado pelos crimes cometidos, por ele e seus filhos, nesse governo e nos anteriores, principalmente no que se refere as 'RACHADINHAS", prática comum entre pai e filhos.

O defensor do povo, que prega contra vacina, que recomenda medicamentos ineficazes, que é contra o uso da máscara e tentou fazer da imunidade de rebanho uma "SOLUÇÃO FINAL" para a COVID, assim como Hitler fez dos campos de concentração uma solução para acabar com os judeus.

Defensor da família, que está no terceiro casamento e tem filhos com três mulheres diferentes.

Católico evangélico, que adora a bandeira de Israel e que usa Quipá para demonstrar que ama judeu, mas que na primeira oportunidade, mostra sua verdadeira identidade e se postando orgulhoso e sorridente,  posa para fotos com uma neonazista declarada, neta de um ministro de Hitler, responsáveis pelo holocausto ou  Shoá, o genocídio de judeus.

O defensor de garimpeiros e madeireiros, aquele que pune fiscais e persegue policiais, simplesmente porque fazem seu trabalho em defesa do país e de nossas reservas naturais.

O "pai da honestidade", que desmonta a polícia federal para que essa sirva a seus interesses pessoais e de seus filhos milicianos, que na primeira oportunidade loteia o governo ao CENTRÃO, aquele que seu ministro militar falou "se gritar peça centrão, não fica um", aquele que não tinha "toma lá, dá cá".

Aquele que teve a capacidade de proferir duas frases que ficarão para os anais infames da história, "eu sou a constituição" e "o meu exército", demonstrando que "Brasil acima de tudo e Deus acima de todos" é só para manter um discurso que alimenta incautos e suas milícias beligerantes.

Enquanto arma suas milícias, com decretos autorizando a compra de armamento e munições, destrói a educação e não esconde os fatos, onde seu ministro diz que " UNIVERSIDADE DEVERIA SER PARA POUCOS" e que "ALUNOS DEFICIENTES ATRAPALHAM", remetendo ao pensamento nazista de que deficientes, físicos e mentais, deveriam ser eliminados, pois não pertenciam a pureza da raça ariana.

Por fim, depois de tudo isso posto, seus seguidores ainda vão dizer, "mas no governo dele não tem corrupção". Não tem?

A cada dia a CPI, mesmo com "o silêncio dos culpados", trás a tona a mais torpe e cruel corrupção, uma corrupção que causou milhares de mortes. Onde seres humanos foram usados de cobaias, morrendo sem oxigênio mas com sua dose de cloroquina em dia. Onde o governo deixava de comprar vacinas dos laboratórios fabricantes, para negociar com atravessadores, com valores superfaturados e certeza da não entrega. A falsificação de documentos na tentativa de  desmentir quem denunciou o esquema. O jantar pra compra de vacinas com propina de um dólar por dose. 

As reuniões, nem um pouco republicanas, nos porões do ministério da saúde, para mudar bula de remédios. A prevaricação do "MITO", que ao ser informado de um crime, aponta o culpado e abafa o caso, se fazendo de desentendido, como se um homem público tivesse esse direito, principalmente quando milhares morriam por falta de vacinas.

Tudo isso justifica a rejeição do eleitor, mas isso não o preocupa, sua ideia, desde que vislumbrou a possibilidade, sempre foi a de ser um ditador e não presidente. Um ditador governa sozinho, não dá satisfação e não tem poderes regulares e nem moderadores ao seu redor.

Não duvidem, seu plano é tensionar, criar factoides e armar seus milicianos, para que esses o conduzam até o poder supremo, como fez Hitler antes de quase destruir o planeta.

Por TONI REIS