Em menos de trinta dias Bolsonaro corta 87% da verba da ciência e condecora a si mesmo com título de mérito científico
Negacionista, Bolsonaro condecora a si mesmo com título do Mérito Científico
No dia 07 de outubro último, o presidente Jair Bolsonaro pegou de surpresa todos os pesquisadores brasileiros, com o anúncio do corte de 87% da verba destinada a ciência e tecnologia. Os 690 milhões de reais, que já eram defasados, foram reduzidos para 89 milhões, provocando reações até no ministro da pasta, o astronauta e beija-mão, Marcos Pontes.
Nessa quinta-feira (04), menos de 30 dias após o golpe na ciência e tecnologia, Bolsonaro edita decreto em que condecora a si mesmo com título da Ordem Nacional do Mérito Científico.
O astronauta e Paulo Guedes também serão condecorados, e a exemplo de Bolsonaro, sem a mínima justificativa para tal.
A Ordem Nacional do Mérito Científico é uma ordem honorífica concedida a personalidades brasileiras e estrangeiras como forma de reconhecimento das suas contribuições científicas e técnicas para o desenvolvimento da ciência no Brasil.
Bolsonaro já condecorou sua mulher, Michelle, por duas vezes, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito da Defesa e medalha de Mérito Oswaldo Cruz.
Em Brasília circulam conversas de que Bolsonaro teria "se condecorado" por indicação de seus filhos, com o argumento que o pai deveria ter condecorações, pois não poderia ficar abaixo de FHC e Lula, condecorados, por diversos países e entidades internacionais.
Os rebentos admitem que o título de cidadão honorário de um município italiano, de pouco mais de 4 mil habitantes, não tem representação política, apesar da ênfase dada a comenda.
No Brasil, na maioria dos 5.570 municípios, todos os anos as Câmaras de Vereadores homenageiam personalidades políticas, empresariais e da sociedade em geral, com o título de cidadão honorário.
Por TONI REIS