Confiança do consumidor brasileiro cai 21,6% em um ano

25/08/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

A confiança do consumidor brasileiro atingiu seu quinto recorde negativo este ano, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador recuou 1,7% na passagem de julho para agosto, atingindo 80,6 pontos, o menor nível da série histórica (de novembro de 2005) pelo segundo mês consecutivo. Na comparação com agosto de 2014, a queda foi de 21,6%.

“Os consumidores estão cada vez mais pessimistas em relação ao futuro da economia. A mediana de inflação projetada para os próximos 12 meses atingiu 10% em agosto, e as perspectivas para o mercado de trabalho é uma das piores dos últimos 10 anos. Esses fatores vêm afetando negativamente as decisões de consumo das famílias”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora da Sondagem do Consumidor.

Na passagem de julho para agosto, a queda foi puxada pelo indicador que mede o grau de otimismo em relação à evolução da economia nos seis meses seguintes, que recuou 4,2%.

Entre julho e agosto, o Índice da Situação atual ficou praticamente estável, ao variar 0,3%. Já o Índice de Expectativas caiu 0,9%, ao passar de 86,5 para 85,7 pontos.

O indicador que mede o grau de satisfação dos consumidores com a situação financeira familiar atual manteve-se em queda pelo quarto mês consecutivo, ao recuar 0,9%. A proporção de consumidores que avaliam a situação do momento como boa aumentou de 14% para 14,6% dos entrevistados enquanto a dos que a consideram ruim subiu em maior proporção, de 20% para 21,4%, o maior nível da série.

Faixas de renda

A piora na confiança foi mais sentida entre os consumidores de renda maior: para as famílias que ganham entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00, a queda foi de 4,8% em agosto. Para quem ganha entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00, a queda foi de 2,7%. Entre os que ganham até R$ 2.100,00, o índice é de -0,6%. Já entre as que ganham acima de R$ 9,6 mil, o índice foi positivo, de 2,3%.

Trabalho

No quesito que avalia as expectativas em relação ao mercado de trabalho, a proporção de consumidores prevendo maior dificuldade em se conseguir emprego nos seis meses seguintes atingiu 45,0%, a segunda maior da série iniciada em novembro de 2005, atrás apenas dos 46,1% de março de 2015.

Fonte: G1