Comércio brasileiro empregou 10,4 milhões de pessoas em 2013, diz IBGE

14/08/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

O comércio brasileiro empregou 10,4 milhões de pessoas em 2013, em 1,6 milhão de empresas, segundo Pesquisa Anual de Comércio (PAC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A publicação foi divulgada nesta sexta-feira (14).

A receita líquida gerada pelo total de empresas foi de R$ 2,7 trilhões. De acordo com a gerente da PAC, Andrea Bastos, o ganho das empresas comerciais em valores reais significou um aumento de 8,9% acima da inflação, no total do Brasil, em relação ao ano anterior. “2013 foi um ano bom para o comércio”, analisou.

Já as despesas com salários, retiradas e outras remunerações pagas somaram R$ 168,2 bilhões, informou o instituto.

Varejo empregou 73,4% do total

Ainda segundo a gerente, havia, em 2013, uma predominância de pequenos empreendimentos no comércio do país, e nos postos de trabalho ocupados nesse mercado.

“São eles que movimentaram [o comércio em 2013]. São eles que respondem também pela maior parte dos empregos. Se pensar em termos de Contas Nacionais [PIB], que pega todo pessoal ocupado, ele pesa 18,4% na ocupação total do país, no último dado das Contas Nacionais. Então, tem peso grande, e são empresas pequenas que respondem por maior parte ocupação”, analisou.

No entanto, o comércio varejista apresentou o menor valor de salário médio mensal, 1,6 salários mínimos, enquanto o atacado registrou 2,8 salários mínimos, e o setor de veículos automotores, peças e motocicletas, 2,2 salários mínimos.

Atacado

O comércio atacadista – destinado aos lojistas – manteve sua participação na receita operacional passando de 44% em 2012, para 44,1%, em 2013. Segundo a gerente da pesquisa, no entanto, em termos reais, o atacado teve desempenho melhor, com crescimento de 11,2% da receita, enquanto varejo cresceu 7,2% e veiculo 6,7%.

“No atacado, o que se destacou [no crescimento] foram principalmente os produtos farmacêuticos, matérias químicas, adubos e fertilizantes. Acho que foi a sugestão do agro comércio que realmente puxou esse crescimento da receita. Aumenta a produção, aumenta comercialização e também os insumos. Então, foi um ano bom para o atacado”, concluiu Andrea Bastos.

As atividades que mais geraram receita, contudo, foram combustíveis e lubrificantes, com R$ 275,9 bilhões, ou 24,3%, e produtos alimentícios, bebidas e fumo, com R$ 199,2 bilhões (17,6%). O ramo de alimentos também se destacou em relação ao número de pessoas ocupadas: quase 430 mil pessoas, 23,2% do total.

Veículos

Segundo pesquisa, no comparativo das empresas comerciais de 2013 contra 2012, o comércio de veículos automotores, peças e motocicletas perdeu participação no total da receita operacional líquida, passando de 13,6% para 13%. Entre esses três setores, a receita que mais cresceu foi a de peças, 15,2%.

“Quando você olha só veículos, cresceu só 4,1% a receita, em relação a 2012, então, foi um ano bom, mas a parte de motocicletas, não tem esse crescimento, não se foi substituição da importação”, destacou Andrea Bastos, que informu ainda que motocicletas, isoladas dos demas item, cresceram apenas 3%.

“Em 2012, veículos haviam crescido 6,1%, houve queda realmente [em relação ao crescimento de 2013], mas motocicletas já vinham com crescimento baixo, 1,1%. Peças já vem crescendo bastante. Talvez seja indício que na medida que a venda de veículos cresce, as peças crescem bem mais. Acredito que as pessoas estejam adiando a troca do veículo e gastando mais, principalmente com manutenção”, afirmou.

Comércio varejista

O comércio varejista, no entanto, aumentou sua participação no total da receita operacional, e passou de 42,4%, em 2012, para 42,9%, em 2013. Composto principalmente por empresas de menor tamanho, o setor respondeu pela maior parte do pessoal empregado do comércio, 7.659 mil ou 73,4%, “devido ao grande número de empresas, 1.259 mil ou 78,9% do total”.

Em 2013, haviam 1.372 mil unidades locais ou 78,7% do total, que têm como atividade principal o comércio varejista, de acordo com a pesquisa.

“No varejo, se destacou material de construção, tecidos, e comércio não industrializados, mercados de bairro. O boom da construção nesse período pré-copa em 2013 ainda estava bem forte. Cresceu 21,8% o comércio de construção em relação a 2012”, informou.

De acordo com a gerente, o setor de tecidos cresceu 16,7%, influenciado por pequenas lojas de roupas do varejo, e impulsionado pelo aumento do crédito e da renda, o que também impactou o crescimento dos produtos alimentícios no ano.

Estabelecimentos

A pesquisa mostrou ainda que houve queda do número de estabelecimentos de comércio veículos em 0,6% em 2013, em comparação com o ano anterior, puxado, principalmente pelo setor de peças, que caiu 1,3%, analisou Andrea Bastos. “Deve estar havendo concentração maior no setor”.

O varejo também apresentou queda, 2,1%, enquanto o atacado se destacou com um crescimento de 5,2%, informou a gerente.

“Indica maior concentração. Alguns setores podem ter queda do número de empresas porque algumas empresas estão adquirindo outras. Pessoas abrem pequeno comércio, não conseguem sustentar e voltam para a informalidade. Principalmente no varejo, que as empresas são menores. No atacado, tem volume maior, a empresa é mais estável”, concluiu.

Regiões

A região Sudeste se destacou em relação à receita bruta de revenda, R$ 1.508 bilhões (51,5% do total), salários, retiradas e outras remunerações, com R$ 94,1 bilhões, ou 55,9%, pessoal ocupado, 5.394 mil ou 51,7%, número de locais, 855 mil ou 49,1%, e maior salário médio mensal, 2 salários mínimos. A média do país era de 1,8 mil, em 2013.

A região foi seguida pelo Sul, em todas as variáveis, que apresentou receita bruta de revenda de 580 bilhões, ou 19,8%, R$ 33,2 bilhões da massa salarial, 19,7% do total, 2.047 mil pessoas ocupadas, e 22% das unidades (383 mil).

Fonte: G1

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