Requerimento feito por vereadores presos à Câmara não citava processos na área criminal

03/09/2019 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

O presidente da Câmara de Vereadores de Dourados, Alan Guedes (DEM), disse na manhã de ontem (2/9), que os requerimentos protocolados pelos vereadores Pedro Pepa (DEM) e Cirilo Ramão (MDB) para retomada dos mandatos no mês passado, não mencionavam ações contra eles na área criminal. 

Os dois foram presos na sexta-feira (30/8), durante sessão de julgamento do colega de Casa, Junior Rodrigues (PL), por denúncia de crime político-administrativo. 

Cirilo e Pepa estavam afastados judicialmente desde dezembro do ano passado, poucos dias depois de serem presos na Operação Cifra Negra, que investiga esquema de corrupção na Câmara através de fraudes em processos licitatórios e retornaram em 19 de agosto, após decisão da 6ª Vara Cível. 

Segundo Alan, em nenhum momento a Mesa Diretora ou o departamento jurídico do Legislativo foi comunicado do processo na área criminal contra os vereadores, que previa, entre outras cautelares, o afastamento deles da Casa. 

“Foi decisão de natureza civil. A [ação] de natureza criminal, nós não tínhamos conhecimento. Quando a Justiça concedeu o Habeas Corpus com medida alternativa à prisão, quem foi intimado foi o próprio vereador, a Câmara não recebeu cópia [de documentos], não foi informada. Em dezembro nós fomos informados do afastamento através da Vara Cível. Quando o desembargador derrubou essa decisão, para gente aqui era a única que afastava eles dos mandatos. Às vezes, existe o questionamento porque a Câmara empossou [os dois vereadores novamente], mas no documento que eles apresentaram aqui não mencionava nenhum impedimento. Se erramos, pode ter ocorrido por indução”, disse Alan Guedes ao Dourados News na manhã desta segunda (2/9). 

Com a saída de Pedro Pepa e Cirilo Ramão, retornam aos cargos Marinisa Mizoguchi (PSB) e Marcelo Mourão (PRP), respectivamente. 

Mourão entra como segundo suplente, já que o primeiro, Dirceu Longhi (PT), acabou preso também na Operação Cifra Negra e possuí os mesmos impedimentos quanto à função de legislador. 

Por Adriano Moretto e André Bento

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