Preso em Dourados, detento comandava ações do PCC até em Rondônia
Áudios adquiridos em operação revelam forte participação do acusado nas ações estratégicas da facção
Rafael Pimentel Duarte de Souza, interno da Penitenciária Estadual de Dourados (PED), é apontado como mandante de ações da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) até em Rondônia, região norte do País, mesmo estando preso.
Segundo o Campo Grande News, áudios adquiridos em operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) identificaram “intensa participação, conhecimento, poder e trânsito de dentro do PCC”.
De acordo com a investigação, os áudios mostam que o interno, também conhecido como Revolucionário, participa de batismos e até trata de assuntos estratégicos visando a expansão de ações defensivas na disputa de “território” contra outras facções rivais.
Rafael é apontado como o mandante da execução do agente penitenciário Carlos Augusto Queiroz de Mendonça, em fevereiro de 2015.
As gravações revelam até o batismo de um ex-soldado do Exército Brasileiro de Rondônia, preso por tentar roubar um fuzil e também a discussão sobre a transferência de um preso de Goiás para o estado.
Por telefone, Revolucionário chega a participar de uma conferência para o receber um ex-integrante do Comando Vermelho, que teria traído a facção ao entregar um plano de assassinato coletivo contra integrantes do PCC dentro da Casa de Detenção José Mário Alves da Silva, conhecida como Urso Branco.
Na conferência, líderes de vários estados participam, entre eles outro nome conhecido em Mato Grosso do Sul, o de Antônio Marcos dos Anjos, 29 anos, conhecido como “Daleste”. Na época, o suspeito também cumpria pena na PED e aparece tentando interferir na situação a favor do ex-integrante do CV.
No relatório, os investigadores afirmam que “notadamente”, mesmo preso Rafael age no tráfico de drogas e armas, em roubos e também tem envolvimento no controle de finanças da organização criminosa Orcrim, parceira do PCC no norte do país.
Paiol
A operação Paiol cumpriu 27 mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão. A ação foi realizada em parceria com o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e Batalhão de Polícia de Choque da Polícia Militar. O nome da operação faz alusão à nomenclatura utilizada pelo PCC para o setor de armas.
Dourados News
Imagem arquivo Correio do Estado