Preço da cesta básica em Dourados supera de quatro capitais brasileiras
Douradense precisa trabalhar por 86 horas e 32 minutos para comprar uma cesta básica, estima pesquisa
O preço da cesta básica em Dourados superou os de quatro capitais brasileiras em janeiro, conforme pesquisa realizada por acadêmicos do curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).
O levantamento feito entre a última semana de janeiro a primeira de fevereiro no comércio local apontou valor de R$ 408,67, superior aos verificados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em Natal (único que não foi detalhado), João Pessoa, na Paraíba (R$ 388,02), Salvador, na Bahia (R$ 376,49), e Aracajú, em Sergipe (R$ 368,69).
No entanto, os pesquisadores apuraram queda de 6,82% no comparativo com dezembro de 2019 e indicam que os douradenses pagam menos do que os residentes em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul onde o preço da cesta básica em janeiro era de R$ 458,00.
Entre os 13 produtos que compõem a cesta básica conforme o Dieese, a pesquisa aponta que oito ficaram mais caros em janeiro: farinha de trigo (alta de 10,82%), açúcar (2,88%), café (2,79%), batata (2,53%), margarina (2,39%), óleo de soja (1,64%), pão francês (1,50%), e leite (0,63%).
Em contrapartida, outros quatro baratearam: banana (queda de 33,9%), carne (9,98%), feijão (3,39%) e arroz (0,90%). “A queda acentuada da carne corroborou muito para a diminuição de preços da Cesta Básica em Dourados no mês de Janeiro após uma elevação muito forte nos dois últimos meses do ano de 2019. E o tomate fechou sem nenhuma variação no mês de Janeiro se compararmos com o mês de Dezembro”, ponderam os pesquisadores.
Ainda segundo o levantamento, no último mês de 2019 a cesta básica (R$ 438,58) consumia o equivalente a 43,95% do salário mínimo vigente à época, de R$ 998,00. No primeiro de 2020, a R$ 408,67 equivale a 39,33% dos R$ 1.039,00 então vigentes. Como a inflação acumulada no ano passado chegou a 4,31%, o salário mínimo foi elevado para R$ 1.045,00.
Com base no texto constitucional que aponta 220 horas mensais de trabalho para brasileiros, os pesquisadores concluíram que em dezembro de 2019 os trabalhadores douradenses tinham que trabalhar 96 horas e 41 minutos para comprar a cesta básica. Em janeiro, esse tempo de labor caiu para 86 horas e 32 minutos.
“Isto representou um ganho do poder de compra do salário do trabalhador douradense comparado com o mês de Dezembro/2019. Este ganho ocorreu devido à queda dos preços da Cesta Básica douradense no mês de Janeiro assim como o aumento do Salário Mínimo que acontece no primeiro mês de cada ano”, pontuaram os pesquisadores.
Eles sugeriram ainda que os consumidores pesquisem em diversos supermercados antes de comprar, porque a diferença de preços chegou a quase R$ 60,00 entre os estabelecimentos pesquisados (R$ 433,40 no mais caro e R$ 373,41 no mais barato).
Por André Bento
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