População ignora mortes e epidemia por dengue e continua formando lixões

03/05/2019 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

Alguns populares de Dourados parecem estar indiferentes quanto a preocupação com a proliferação do mosquito Aedes aegypti, mesmo com o registro de quatro mortes - três confirmadas e uma ainda em investigação - pela doença no município. Muito lixo é o que se vê descartado de forma irregular na Via Park, ponto que recentemente recebeu mutirão de limpeza da gestão municipal com recolhimento de aproximadamente 50 toneladas de lixo.

Pneus, eletrodomésticos, sofás, garrafas, fraldas, material orgânico, chiqueirinho infantil e até vaso sanitário e pia, estão na extensa lista de itens nos lixões às margens da via que faz a ligação a bairros como a Vila Cachoeirinha e BNH IV Plano. Outro ponto com acúmulo de lixo que o Dourados Newsvisitou nesta quinta-feira, foi em um terreno na avenida Indaiá. No local podia se observar itens como os já citados no lixão da Via Park, além de ‘pedaços’ de móveis. 

Dourados registra 1.908 casos notificados de dengue e 723 confirmados. Nesta quinta-feira (02), o município registrou mais uma morte, a qual a suspeita é que tenha sido motivada pela doença. Trata-se de uma mulher de 41 anos, residente na Vila Santa Catarina. 

O lixo a céu aberto é um atrativo para proliferação do Aedes aegypti. Quando uma chuva possibilita o acúmulo de água nesses dejetos, o ambiente fica ideal para o mosquito. 

A coordenadora do CCZ, Rosana Alexandre da Silva, lembra que não só o mosquito, mas animais como aranhas, escorpiãos, ratos e baratas são adeptos desses locais e podem transmitir doenças. 

Cilene Noragas Ramos, 42, dona de casa, reside na região há mais de 7 anos e lamenta a atitude das pessoas em relação ao local. “É um problema que se repete. As pessoas vem jogam lixo, a prefeitura limpa, jogam de novo, é triste de ver”, conta. 

Ela cita que a mãe dela se recupera de uma dengue e a preocupação com a doença é grande. 

“Ela (mãe) esteve bem mal, só que agora está se recuperando. As pessoas precisam entender que não dá para brincar com isso, tem que buscar deixar a casa, a região limpas.”, comentou. 

A coordenadora do CCZ, disse ao Dourados News, que os mutirões de limpeza tem sido constantes, no entanto, não gerarão o impacto previsto, se a população não contribuir. 

“São equipes da Prefeitura que em parceria tem limpado muita sujeira em Dourados, mas infelizmente, esses esforços serão em vão se a população sujar novamente. Vamos colocar a mão na consciência, toda a população douradense está suscetível a dengue e a óbito”, disse ela ao destacar ainda que o município enfrenta uma epidemia da doença.

Deixar os terrenos livre do mato e de lixos, vai além da estética, é questão de saúde pública. Esse ponto é enfatizado por Rosana que cita “é lamentável ver que os lixões possuem materiais que poderiam ser levados pela própria coleta de lixo”. 

A coordenadora ressalta que a população deve denunciar pessoas que praticarem o descarte irregular de lixo, em contato com a Guarda Municipal (199), Polícia Millitar (190) ou o CCZ(3411-7753). 

A prevenção com repelente, citronela é um meio apontado por ela diante da epidemia em Dourados. Ela ressalta que cabe a cada cidadão ser “agente fiscalizador” na luta contra ao Aedes. 

“Vamos cuidar do nosso quintal, alertar o vizinho, denunciar anonimamente quando necessário”, diz. 

Por Gizele Almeida

Foto Por Gizele Almeida

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