OPERAÇÃO NEPSIS: Após comando da PM, operação mira pagamento de propina a policiais civis em MS

28/05/2020 09h13 - Atualizado há 3 anos
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 Crédito: Arquivo/Dourados News/Osvaldo Duarte

Após o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) desencadear a Operação Avalanche mirando comando da Polícia Militar em Dourados e outras quatro cidades sul-mato-grossenses no dia 15 de maio, a Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (28/5), a Operação Arithmoi, quarta fase da Operação Nepsis, que também apura suspeita de recebimento de propina por parte de servidores públicos para facilitar o contrabando de cigarros do Paraguai.

Nesta ação, são cumpridos 11 mandados de busca e apreensão nos municípios de Amambai, Iguatemi, Itaquiraí, Naviraí e Ponta Porã, expedidos pela 2ª Vara Federal de Ponta Porã.

Desde a deflagração da primeira fase, em setembro de 2018, sete policiais civis são investigados por suposto envolvimento com a ‘Máfia do Cigarro’ e identificados como possíveis líderes regionais do esquema de distribuição de valores para a facilitação do contrabando.

Cinco deles tiveram a suspensão da função pública decretada enquanto os outros dois já se encontram aposentados.

Os trabalhos desta manhã contam com a participação de 60 agentes com objetivo de conseguir provas referentes ao pagamento de propina a um núcleo de policiais civis do Estado descoberto a partir da identificação de listas de contabilidade com registros de pagamento a alguns servidores da região Conesul.

De acordo com a PF, os nomes foram encontrados em documentos e celulares apreendidos em posse de membros dos integrantes da organização durante a primeira fase da operação.

“A Organização Criminosa investigada na Operação Nepsis formou um verdadeiro consórcio de grandes contrabandistas, com a criação de uma sofisticada rede de escoamento de cigarros contrabandeados do Paraguai, a qual se estruturava em dois pilares: um sistema logístico de características empresariais e, ainda, a corrupção de policiais para facilitar o esquema criminoso”, alega, em nota a Polícia Federal.

Uma coletiva está agendada para as 10h na Superintendência da PF em Campo Grande.

O nome da operação, “Arithmoi”, significa “Números” em grego e remete à contabilização de vantagens indevidas encontradas nas listas de pagamento.

Por Adriano Moretto

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