Mais um preso por envolvimento em cartel tem liberdade negada
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) recusou pedido de liberdade provisória solicitado por Mauro Victol, distribuidor de gás de cozinha envolvido na operação Laissez-Faire que investiga suposta formação de cartel em Dourados.
Victol teve o pedido indeferido sob alegação apresentar “comportamento explosivo” e propensão a intimidação de testemunhas, prejudicando o seguimento das investigações, segundo relato anexo ao processo.
O empresário já esteve envolvido no caso do assassinato do revendedor de gás Luciano Semzack, em 2016, onde foi condenado pela morte sob pena de regime semiaberto no prazo de sete anos e um mês, mas aguarda em liberdade o recurso expedido pela defesa ao tribunal do júri.
Na semana passada, o distribuidor acabou sendo levado para prisão em detrimento à Operação Laissez-Faire, que apura eventual formação de cartel na comercialização de gás de cozinha em Dourados.
Passados sete dias, o TJ indeferiu pedido de liberdade provisória ao acusado, mantendo-o sob reclusão social a fim de evitar comprometimento das investigações.
O Juiz de Direito da 1ª Vara de Justiça de Dourados, Luiz Alberto de Moura Filho, acredita que a soltura de Victol pode atrapalhar o prosseguimento das apurações do caso de cartel.
O documento de número 0802566-43.2018.8.12.0002, disponível a qualquer cidadão no Portal do TJ-MS, afirma que “a reiteração delitiva do ora requerente e sua ação no cartel de comercialização de gás, bem como na organização criminosa considerada, são fatos que demonstram a sua periculosidade, com patente abalo à ordem pública. Desse modo, a manutenção da segregação cautelar do autuado se faz necessária para garantia da ordem pública”.
Em outro trecho, o juiz afirma que Victol é conhecido por ter um “comportamento explosivo” e que possui propensão a intimidar testemunhas que estão contribuindo para a apuração dos fatos investigados na operação.
SOLTOS
Dos oito presos presos por envolvimento no cartel, apenas dois foram liberados, sendo eles, Edvaldo Romeira de Souza e Gregório Artidor Linné.
Outro preso pelo Gaeco durante a Laissez-Faire, Marcio Sadão Kushida, encaminhou na segunda-feira (2) pedido de soltura. O procedimento segue em segredo de justiça, impossibilitando o acompanhamento.
INDEFERIDO
Outro que também recorreu ao Juízo de Direito, o distribuidor Rubens Pretti Filho da empresa Graziella Gás, teve o pedido de liberdade negado após ter sido flagrado com uma arma durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão.
De acordo com os autos, o revólver era utilizado para coagir vítimas a sujeição ao cartel.
Por Dourados News
Foto Osvaldo Duarte