Grafites transformam muros da Unidade 1 da UFGD em poesia
“Arte que muda a rua, muro que vira poesia” faz parte do nome do I Festival de Grafite e representou bem o que foi realizado no último sábado nos muros da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). A Unidade 1 agora chama a atenção de quem passa pelas ruas Olinda Pires de Almeida, Firmino Vieira de Matos e Gustavo Pavel por apresentar versos e imagens de indígenas, pantaneiros, jacarés, seriemas, araras, tuiuiús, tucanos, erva mate, flores e árvores.
A partir do tema “Mato Grosso do Sul: Sua Gente, Sua História e Sua Cultura”, em alusão aos 40 anos de criação do estado, foram colocadas em prática as seguintes propostas selecionadas via edital: “Avanço Sul-mato-grossense”, do grafiteiro Diego Henrique de Campos; “Caminhantes”, de Gabriel Freire Coelho Auto; “Araruana”, de Gislene Denize Brandão de Almeida e; “Cores do Sul”, de Renato Luiz Masson.
Para a coordenadora de cultura da UFGD, Gicelma Chacarosqui, o evento expandiu as políticas culturais da universidade para contemplar a arte urbana, com o grafite e o hip hop, e superou muito as expectativas. “A materialização das propostas e das oficinas foi lindo de ver. É inenarrável”, contou a coordenadora entusiasmada. Agora para a edição de 2018 do Festival, a idéia inicial é fazer grafite na Unidade 2, em ação articulada com as Faculdades.
Também neste sentido de aproximação com a comunidade, Giovana Inglês – que fez a obra “Caminhantes” com Gabriel Freire Coelho Auto – defendeu o grafite como uma forma de manifestação artística que reúne e usa o talento dos jovens de forma saudável, ainda mais em eventos como o da UFGD, em que os grafiteiros estão dentro da universidade.
Giovana e Gabriel e pesquisaram sobre o estado e a questão indígena para criar a proposta de grafite. A idéia de “Caminhantes” foi a de defender a educação como um instrumento para transformar a realidade e que pode ser usado pelos indígenas para a defesa dos seus direitos. Esse grafite usou diferentes estilos de grafia para apresentar os dizeres: Caminhante não há caminho, (caminho) se faz ao andar.
Além do grafite nos muros da Unidade 1, o Festival contou com as oficinas de Graffiti Real, Stencil Arte e Graffiti Mural; o workshop “Grafitti e Escrita Urbana”, com Renderson Valentim; a exposição “Expressões” do artista plástico e grafiteiro Masson, de São José do Rio Preto (SP); apresentações de dança dos grupos Black Stars e Cris e Greg; de música com Sismo 9.5 e DJ Junex, batalha de rimas e campeonato de skate, por meio da parceria com o Coletivo Dourados City.
Durante a entrega da premiação do campeonato, Luan Damaso, do Coletivo Dourados City e estudante da UFGD, explicou que os prêmios eram simbólicos (produtos da marca DC Shoes) e que o objetivo foi mesmo de que a galera do skate e da tinta se divertissem. O resultado por categoria foi: Mirim – Paulo (1º lugar) e Pedro (2º lugar); Iniciante – Paulo Henrique (1º lugar) e Vitor (2º lugar); Amador – Guilherme Gui (1º lugar) e Luan Teixeira (2º lugar).
Também colaborando com a organização do evento, Denilson de Moraes, primeiro skatista profissional de MS (2005), disse que no estado o incentivo para qualquer esporte é difícil, ainda mais para o skate e que o Festival vai ficar na história de Dourados, com a universidade abrindo espaço para skate e grafite.
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