Enfermagem de MS perdeu 19 vidas para Covid-19, a mais recente na saúde indígena de Dourados

20/01/2021 09h42 - Atualizado há 3 anos

Profissional de enfermagem foi primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 em Dourados

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 Crédito: Hedio Fazan/Dourados News

Não por acaso a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 em Dourados foi um enfermeiro. Profissionais dessa área, destacados para atuar na linha de frente do combate à doença, amargaram 19 vidas perdidas em Mato Grosso do Sul desde o início da pandemia. A mais recente dessas vítimas fatais da doença atuava justamente na saúde indígena do município, outro grupo prioritário da imunização.

Até terça-feira (19), a Secretaria de Estado de Saúde contabilizou 2.705 óbitos atribuídos ao novo coronavírus. Um dos 19 ocorridos nas 24 horas mais recentes foi do enfermeiro Cassiano de Souza Ribeiro.

De acordo com o Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem), ele tinha 55 anos e trabalhava na Atenção Primária à Saúde do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) no polo-base Dourados.

“O profissional era indígena e dedicou-se também a cuidar da população das aldeias de Dourados quando trabalhou como técnico de enfermagem no Hospital da Missão Evangélica Caiuá”, detalhou o conselho que representa a categoria.

A morte de Cassiano ocorreu na véspera da chegada do primeiro lote da vacina Coronavac ao município. Não deu tempo de imuniza-lo, nem os outros 18 profissionais de enfermagem mortos durante a pandemia, mas quem conseguiu receber a primeira dose e atua na área manifesta otimismo por dias melhores.

“Acho que, agora, todos nós, profissionais de saúde que recebermos a vacina, estaremos com maior confiança. Só de ter a certeza que não vai contrair as formas graves da Covid vamos desempenhar uma função muito melhor”, disse o enfermeiro Valdeci Santana, de 50 anos, primeira pessoa vacinada em Dourados.

Ele atua em unidade sentinela da Covid-19 do município e na ala de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do HU-UFGD (Hospital Universitário da Grande Dourados).

Com as 29 mil doses recebidas, Dourados pretende vacinar 11.600 índios residentes na Reserva Indígena Federal e outras 3.294 pessoas, entre profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à doença, idosos acolhidos e portadores de deficiência acima 18 anos. A segunda dose deve ser aplicada 28 dias após a primeira e pertencer ao mesmo lote.

Por André Bento

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