Em liberdade, pai de bebê morto diz que condenação dada a madrasta "foi pouca”

12/03/2020 09h57 - Atualizado há 4 anos

Joel concedeu entrevista à imprensa após sair da prisão

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Crédito: Hedio Fazan/Dourados News

Depois de passar quase um ano e sete meses preso, Joel Rodrigo Avalo dos Santos, de 28 anos, saiu da PED (Penitenciária Estadual de Dourados) durante a manhã desta quarta-feira (11).

Durante entrevista concedida nas primeiras horas em liberdade, ele chegou a afirmar que a pena dada a Jéssica Leite Ribeiro, de 24 anos, pode ser considerada leve, diante dos fatos investigados e julgados durante o processo.

“Eu acredito que, pelo que foi feito, a condenação foi pouca. Acho que teria que ter uma condenação maior. Mas a justiça maior vem de Deus”, disse. “Então, eu acredito que ela paga aqui, mas paga principalmente para Deus”, completou o pai do bebê Rodrigo Moura Santos, morto em agosto de 2018 aos um ano e meio de idade.

Como parte da pena por homicídio culposo, Joel terá que prestar serviços comunitários e indenizar a mãe biológica da vítima.

Questionado sobre não ter percebido as agressões que estavam acontecendo na própria casa, ele usou como justificativa a sua rotina naquele período, principalmente pelas atividades como lutador, que, de acordo as palavras dele, o forçava a sair cedo e voltar tarde para a residência onde aconteceu o crime.

“Nesses nove dias em que estavam em casa [Jéssica e o bebê], como eu tinha lutas marcadas meu tempo com meus filhos era pouco por que eu teria que trabalhar cedo, voltar para casa, voltar para o treino e ir para outro treino, então eu chegava em casa as vezes 22h”, explicou.

“Para mim estava tudo tranquilo, ela estava cuidando dos meus filhos e eu estava batalhando para conseguir dar o sustendo para eles”, contou sobre os dias que antecederam a morte do bebê.

Assim como Joel, o advogado de defesa Vitor Cáceres disse que Joel não havia percebido “o monstro que estava sob seu nariz”.

JULGAMENTO

O júri popular dos acusados pela morte de Rodrigo Moura Santos resultou na condenação da madrasta Jéssica a 17 anos e cinco meses de prisão por homicídio doloso, ou seja, quando há a intenção de matar.

Já o pai Joel foi julgado por homicídio culposo, sem intenção de matar, de acordo termos estabelecidos em sentença assinada pelo juiz Eguiliell Ricardo da Silva após o término do julgamento perante o Tribunal do Júri iniciado às 8h de terça-feira (10) e encerrado depois das 22h, em Dourados.

Por Wender Carbonari

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