DOURADOS: Sujeira, buracos, saúde e obras paradas; veja os desafios iniciais da próxima administração

18/12/2020 08h26 - Atualizado há 3 anos

Cidade apresenta problemas pontuais a serem resolvidos logo no início da próxima administração

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Crédito: Hedio Fazan/Dourados News

Vencer uma eleição é o ápice para quem concorre a cargo público, porém, o início de uma administração pode ser um desafio e tanto. No caso de Dourados, o prefeito eleito Alan Guedes (PP) vai herdar a partir do dia 1º de janeiro, uma série de problemas não resolvidos durante a administração Délia Razuk (sem partido).

São Inquéritos e ações judicializadas pelo MPE (Ministério Público Estadual) ainda em andamento e que precisarão de respostas.

Com a cidade tomada por mato, lixo e buracos em várias ruas e avenidas, a próxima gestão ainda terá que agir rápido para conseguir reverter o quadro e iniciar o processo de limpeza urbana.

Os problemas também se estendem a saúde e os repasses insuficientes reclamados por todos os gestores públicos.

Aliado a isso, a Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados), criada para administrar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e o Hospital da Vida, carrega uma dívida milionária, superando R$ 36 milhões e atrasos nos pagamentos de fornecedores e servidores.

Na educação, obras de Ceim’s abandonadas e escolas com demanda de melhorias em infraestrutura, são outros problemas a serem resolvidos.

Há ainda a necessidade de se pensar num plano de biossegurança para o retorno das aulas presenciais.

Veja abaixo como o próximo prefeito deve herdar a cidade:

Mato e sujeira

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Com o processo licitatório para a contratação de limpeza pública suspenso pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) por suspeita de irregularidades, ruas e avenidas estão tomadas por sujeira.

Nas bocas de lobo é comum encontrar plásticos, garrafas e terra tapando o escoamento da água, causando pequenos alagamentos e enxurradas.

Nos canteiros centrais das vias, o mato cresce e já começa a atrapalhar até mesmo a visão de quem trafega.

Os estragos causados pela tempestade ocorrida no dia 8 de novembro continuam ‘a vista’ da população. Galhos de árvores e entulhos se encontram espalhados enquanto não são levados a ecopontos.

Enquanto essa situação não é resolvida, os riscos de uma nova epidemia de dengue no município começam a ser cada vez maior, principalmente diante do período chuvoso e quente que se inicia.

Saúde e dívidas – Na saúde pública, o município referência para região Sul do Estado com população de aproximadamente 800 mil habitantes, vive do repasse insuficiente para atendimentos de maior complexidade aos pacientes. 

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Aliado a isso, Dourados conta apenas com um hospital público como referência para traumas. Sempre lotado, o Hospital da Vida é administrado pela Funsaud, autarquia criada em 2014 e dona de uma dívida aproximada de R$ 34,5 milhões, entre tributos e fornecedores.

No início de dezembro, profissionais realizaram vários protestos contra os recorrentes atrasos salariais nas duas unidades sob responsabilidade da Fundação.

Também faltam insumos para tratamento emergencial de pacientes e EPI’s (Equipamentos de Proteção Individuais) a alguns setores, conforme mostrado recentemente pelo Dourados News.

Educação – Com falta de vagas na educação infantil, a atual administração não conseguiu colocar em funcionamento Ceim’s que estavam em construção antes mesmo de Délia Razuk assumir o posto.

Na região do Parque do Lago, uma estrutura pronta aguarda para ser finalizada e colocada em funcionamento. Enquanto isso não acontece, o mato toma conta do local, que virou ainda dormitório para usuário de entorpecentes. 

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Em algumas escolas do ensino fundamental, falta estrutura para o trabalho e professores precisam muitas vezes tirar do próprio bolso para desenvolver atividades pedagógicas.

Além de observar esses problemas, o prefeito eleito Alan Guedes terá ainda que nomear uma equipe para já pensar no retorno das aulas presenciais, atuando conforme as normas de biossegurança recomendadas pelas autoridades de saúde diante da pandemia do coronavírus, que já matou 135 douradenses.

Buraqueira – Problema crônico para os douradenses, os buracos voltaram a tomar conta da cidade nos últimos meses e se multiplicaram. Com exceção das principais avenidas da cidade, recém recapeadas pelo governo, todas as vias públicas do município apresentam essa situação.

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Por conta das ‘crateras’, a atual administração chegou a ser condenada a pagar indenização de R$ 75 mil a familiares de uma vítima fatal desses buracos. O acidente ocorreu em junho de 2017, quando ela trafegava de moto pela rua Valdomira Nunes da Rocha, na Vila Erondina.

Fiscalização – São vários também as investigações abertas pelo MPE (Ministério Público Estadual) que ainda continuam tramitando, principalmente nas áreas de educação e saúde.

Em recente reunião com os promotores da 17ª e 16ª Promotorias de Justiça de Dourados, Luiz Gustavo Camacho Terçariol e Rosalina Cruz Cavagnolli, Alan Guedes (PP) recebeu uma série de documentos e a cobrança de respostas não dadas ou mal justificadas pela atual administração.

De acordo com o MPE, faltam respostas e argumentações cobradas constantemente pelo órgão, principalmente nas áreas de Educação e Saúde. 

Por Adriano Moretto

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