Dourados: Movimento popular irá à Câmara pedir cassação de vereadores

08/01/2019 00h00 - Atualizado há 4 anos
Cb image default
Divulgação

No dia 4 de fevereiro acontece a primeira sessão ordinária da Câmara de Vereadores e para aproveitar a solenidade, que será marcada pela posse da nova Mesa Diretora e dos presidentes de comissão, grupo chamado “Dourados Contra Corrupção” está mobilizando a sociedade douradense para comparecer e apelar pela cassação de vereadores envolvidos em operações policiais no final do ano passado.

A proposta é pressionar a nova diretoria para análise dos mandatos na Comissão de Ética da Casa de Leis douradense com a finalidade de promover a cassação por quebra de decoro parlamentar. 

Um dos organizadores, o empresário Racib Harb, disse ao Dourados News nesta manhã que espera que os vereadores Idenor Machado (PSDB), Cirilo Ramão (MDB), Pedro Pepa (DEM), envolvidos na Operação Cifra Negra, e a vereadora Denize Portolan (PR), presa na Operação Pregão tenham seus mandatos suspendidos por força extrajudicial.

A expectativa também é pela cassação da suplência de Dirceu Longhi (PT), envolvido também na Cifra Negra.

“Nós não vamos deixar isso acabar em pizza. Vamos pressionar o Alan Guedes [novo presidente da Casa] pra ele dar andamento aos pedidos de análise da comissão de ética protocolados no ano passado”, disse.

Racib disse que pelo novo presidente ser do Democratas, partido que integra um dos parlamentares afastados — Pedro Pepa —, teme pela neutralização da Casa diante dos prejuízos sofridos com as operações.

“Não queremos esses políticos de volta, e nós sabemos que a qualquer momento a justiça pode rever o afastamento. Não dá para continuar como está, é preciso agir e nós queremos a cassação por quebra de decoro, semelhante ao que ocorreu na Uragano e com Delcídio no Senado”, disse o empresário.

Logo quando ocorreram as ações do MP, Racib acionou a então presidente da Casa, Daniela Hall (PSD), para protocolar na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara o pedido de análise dos mandatos, porém, por estar sendo presidida por Idenor Machado e tendo como integrante Alan Guedes, na época candidato na eleição da Mesa, não foi possível dar continuidade no processo.

Operações 

No final de 2018 a Câmara de Vereadores esteve na mira do Ministério Público Estadual. No 5 de dezembro três vereadores, um ex-servidor e um suplente acabaram indo para trás das grades em decorrência da Operação Cifra Negra.

Segundo as investigações do MP, empresas de tecnologia pagavam propina, uma espécie de mesada aos parlamentares, para conseguir garantir contratos com a Câmara por meio de fraudes em licitações. 

O que chama atenção é que, há oito anos, os três vereadores presos vinham fazendo uma espécie de rodízio na Mesa Diretora a fim de não interromper a continuidade das manobras. 

Pouco mais de uma semana após ser deflagrada, a polícia concluiu o inquérito e indiciou os três vereadores – Idenor Machado (PSDB), Cirilo Ramão (MDB) e Pedro Pepa (DEM) -, o ex-vereador Dirceu Longhi (PT), ex-servidores da Casa Amilton Sainas e Alexandro de Oliveira de Souza e os empresários Denis da Maia, Jaison Coutinho, Franciele Aparecida Vasun e Karina Alves de Almeida e uma outra mulher que trabalhava em uma das empresas investigadas. 

Os vereadores presos conseguiram liberdade no dia 17

Já Denize Portolan (PR) foi presa durante a Operação Pregão, que também investiga fraudes em processos licitatórios, só que dessa vez no executivo municipal. Ela já foi secretária de educação na gestão de Délia Razuk (PR).

O Dourados News tentou contato com o vereador Alan Guedes, porém as ligações não foram atendidas.   

Por Vinicios Araújo

Foto ilustrativa: Crédito Thiago Morais/Assessoria