Douradense dirige documentário sobre brasileiros que lutaram contra Hitler

27/12/2018 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

Resgatar a história dos pracinhas brasileiros na II Guerra Mundial. Esse é o objetivo do documentário ‘V de Vitória’, dirigido pelo jornalista douradense, Helton Costa e com coprodução do tambémjornalista Diego Antonelli e da pesquisadora Andressa Beló Costa. A obra está disponível gratuitamente no link www.facebook.com/vdevitoriabr/videos.

O enredo

A proposta é resgatar e divulgar a história de brasileiros que integraram a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e arriscaram suas vidas nas gélidas temperaturas da Europa, entre 1944 e 1945, para combater as forças nazistas e fascistas de Adolf Hitler e BenitoMussolini.

“Assumimos essa proposta de manter essa história viva e contar para a sociedade como foi importante a participação dos pracinhas brasileiros na guerra que combateu o fascismo que assolava a Europa. Eles se mostram bons combatentes, mesmo sem o preparo e os treinamentos adequados. Os jovens daquela geração elevaram os soldados brasileiros à categoria das melhores tropas da época e contribuíram para a vitória aliada na Europa”, afirma o diretor.

Para o jornalista Diego Antonelli, é fundamental cumprir o papel social que cabe ao jornalismo.

“Disseminar conhecimento faz parte dessa função da profissão. A proposta é que as pessoas conheçam ahistória dos brasileiros que foram para a guerra e todas as dificuldades que sofreram antes, durante e depois”, comenta.

Gravado com depoimentos de ex-soldados da FEB que já são nonagenários, com a participação de filhos de ex-combatentes e de italianos que eram crianças na época do conflito e que foram ajudadaspelos brasileiros com comida e proteção, V de Vitória procura suprir parte da carência de relatos diretos daqueles que vivenciaram ao vivo e a cores a batalha mais sangrenta da história mundial.

São três episódios que variam de uma hora a 30 minutos cada. Historiadores de destaque na área foram entrevistados. São eles Dennison de Oliveira (Universidade Federal do Paraná) e FranciscoFerraz (Universidade Estadual de Londrina). O documentário também deverá entrar em exibição na Cinemateca de Curitiba/PR em fevereiro do próximo ano. Após o lançamento na capital paranaense, o documentário será disponibilizado em canal no YouTube.

Projetos

Esse é um dos projetos que Antonelli e Costa estão elaborando para manter vivos os relatos da participação brasileira na II Guerra Mundial. Há outros dois trabalhos em curso. Uma fanpage no Facebook (www.facebook.com/vdevitoriabr) e um site (www.jornalismodeguerra.wordpress.com).

Também está em processo final de edição, o livro “Dias de luta: soldados paranaenses na II Guerra Mundial”. A obra foca na presença dos paranaenses que foram para Europa, bem como na realidade do estado durante o período de Guerra.

O livro conta ainda, o que mudou na rotina dos paranaenses que permaneceram vivendo no estado e as perseguições aos imigrantes e descendentes alemães, italianos e japoneses. “Além disso, o partidonazista tinha bases por esses lados, principalmente em Curitiba.

Trata-se de um resgate das histórias que o Paraná teve naquele conflito”, ressalta Antonelli.

Segundo Costa, o Paraná tinha em suas fileiras, descendentes de alemães, poloneses, italianos, ucranianos, negros, indígenas, uma diversidade tipicamente brasileira. “Contar como essas pessoas, na maioria civis que, nunca tinham imaginado enfrentar uma guerra, que sofreram e superaram diversos obstáculos é uma das propostas desse livro”, salienta. A obra conta ainda detalhes das batalhas e do cotidiano dos paranaenses durante o conflito.

O Brasil na II Guerra

Foram mandados 25 mil soldados para a guerra, dos quais, mais de 1.500 paranaenses. Em 239 dias de ação, a FEB fez mais de 20 mil prisioneiros alemães, mas, perdeu mais de 451 soldados mortos em combate e aproximadamente 1,6 mil feridos, acidentados e desaparecidos em combate. O front foi o norte da Itália, nos vales dos rios Serchio e Reno.

Os autores

Diego Antonelli é jornalista, atuou nos jornais Diário da Manhã e Jornal da Manhã, ambos de Ponta Grossa (PR), e na Gazeta do Povo, onde foi o responsável pela editoria “História”. Publicou os livros “Em Domínio Russo” e “Paraná: Uma História.

Helton Costa é jornalista com 11 anos de experiência, doutor em Comunicação, pós-doutor em História e coordenador do curso de Jornalismo da UniSecal, em Ponta Grossa/PR. É autor de livros e pesquisador sobre Jornalismo e II Guerra Mundial.

POR DOURADOS NEWS