“Direitos LGBT+” é tema de Audiência Pública em Dourados

17/05/2019 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

Em 2018, o Grupo Gay da Bahia (GGB), organização não governamental voltada para a defesa dos direitos dos homossexuais, contabilizou 420 mortes produzidas pela homolesbotransfobia em operação no Brasil. As regiões Centro-Oeste e Nordeste foram apontadas as mais violentas: uma média de 2,80 LGBT+ mortos por milhão de habitantes, 17,4% dessas mortes correspondem ao Mato Grosso do Sul. Este fato coloca o Estado na oitava posição do índice de assassinatos de LGBT+ no Brasil. 

Tendo em vista este cenário, uma Audiência Pública de proposição do vereador Elias Ishy (PT) será realizada nesta sexta-feira, dia 17 de maio, às 18h30, na Câmara Municipal de Dourados, com o objetivo de refletir sobre os direitos da população LGBT+ que habita no município. As estatísticas, segundo a organização, devem ser lidas como índices de uma experiência que se repete em diferentes espaços, instituições e saberes, inclusive, nesta cidade. 

Serão palestrantes as professoras doutoras, Simone Becker (Núcleo de Estudos de Diversidade de Gênero e Sexual da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e Claudia Cristina Ferreira Carvalho NEAB ((Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro), da UFGD, além da ativista Cláudia Rosa de Assunpção, da AGLTD (Associação de Gays, Lésbicas e Transgêneros de Dourados). 

O relatório de Mortes Violentas da População LGBT no Brasil mostra que, desde 2001, houve aumento significativo no número de mortes causadas pela discriminação. Naquele ano, registraram-se 130 óbitos. Em 2008, foram 187. Já em 2017, atingiu-se 445 mortes. Um recorde desde o início da contagem há 39 anos.

Segundo os dados, a cada 20 horas um LGBT é morto ou comete suicídio no país. A maioria das mortes é de pessoas entre 18 a 25 anos, tornando como recordista no ranking de países que mais mata LGBTs no mundo. O relatório citou ainda que, segundo dados internacionais, são mortos mais LGBTs aqui do que em lugares onde existe pena de morte para homossexuais, como na África e Oriente Médio.

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