DESERTO: Em setembro seco, Dourados tem umidade relativa do ar comparável ao Saara
Maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste do Brasil, Dourados tem enfrentado condições climáticas semelhantes às de um deserto. Desde que setembro teve início, a umidade relativa do ar despencou, com índices entre 10% e 15%, comparáveis ao do Saara, localizado no Egito, continente africano, distante 10.065 quilômetros.
O Dourados News apurou no banco de dados do Boletim Guia Clima da Embrapa Agropecuária Oeste que 7 de setembro foi o dia mais seco do ano, até agora, no município.
Às 14h25, foram registrados 10%. No dia seguinte, 8, houve 14% às 12h37, mesmo índice verificado às 13h12 de quarta-feira (11).
Nessas ocasiões, foram emitidos alertas a partir de critérios estabelecidos pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para avaliar riscos à saúde humana, isso porque, abaixo de 12%, a umidade relativa do ar é considerada de emergência, já que equipara-se à do Deserto do Saara, por exemplo, com média entre 10% e 15%.
“Níveis baixos de umidade relativa do ar indicam que há uma pequena quantidade de água, em forma de vapor na atmosfera. Quando isso ocorre, são comuns os problemas respiratórios, sangramento pelo nariz, irritação nos olhos e ressecamento de mucosas e da pele”, detalha o Guia Clima.
Com base no monitoramento climático feito entre 2001 e 2019 pela estação agrometeorológica em atividade no município desde 2019, a Embrapa Agropecuária Oeste revela que a mais baixa umidade relativa do ar registrada em Dourados foi de 8%, no dia 28 de agosto de 2010.
Ainda segundo o Boletim Guia Clima, nesta quinta-feira (11) os termômetros tiveram máxima de 23.6ºC nos seis primeiros minutos do dia em Dourados, e mínima de 17.1ºC às 5h52. Já a umidade relativa do ar variou, até agora, de 66% à 00h03 para 93% às 5h56.
Por André Bento
Foto VINICIOS ARAÚJO
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