Denúncia contra vereadores é por tráfico de influência em projetos habitacionais

22/08/2019 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

As denúncias protocoladas na manhã de quarta-feira (21/8) na Câmara de Dourados para abertura de comissões processantes contra os vereadores Cirilo Ramão (MDB), Romualdo Ramin (PDT) e Cido Medeiros (DEM), visam apurar suposto tráfico de influência para beneficiar familiares e assessores dos parlamentares em projetos habitacionais implantados no Município. 

O documento, a qual o Dourados News teve acesso, foi embasado num Inquérito Civil instaurado pelo MPE (Ministério Público Estadual) no ano passado e que investiga irregularidades na seleção de beneficiários no Projeto Lote Urbanizado da Agência Estadual de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul, em convênio assinado com a Agência Municipal de Habitação de Dourados. 

A denúncia protocolada na Casa às 11h12 de hoje, por Marcos Cavalheiro, aponta para a indicação de pessoas a serem beneficiadas com casas populares.  

Nos casos de Cido Medeiros e Cirilo Ramão, os nomes seriam de servidores lotados nos gabinetes de ambos como assessores parlamentares.

Já em relação a Romualdo Ramin, um dos integrantes de seu quadro administrativo teria apontado pessoas com parentesco para ficar com os imóveis.

As ações, ainda conforme denunciado, ocorriam sempre em conjunto com uma líder comunitária, alvo no mesmo Inquérito e os supostos postulantes às habitações, não passavam por triagens. 

O presidente da Câmara, Alan Guedes (DEM), disse que ainda se inteira do caso para se posicionar sobre o assunto. 

Procurado pelo Dourados News, o vereador Romualdo Ramin disse que saia de um compromisso pessoal em Ponta Porã e se deslocaria até Dourados para entender do que se trata a denúncia. 

Já Cido Medeiros contou estar surpreso em ter o nome envolvido na denúncia, “mas tranquilo, não devo nada disso”, afirmou.

“Não sabia que essa pessoa que trabalha comigo havia feito inscrições para as casas. Estou tranquilo, vou me justificar, não devo nada. Se a pessoa não tem casa e fez a inscrição, é problema dela, eu não tenho nada com isso”, relatou, para depois continuar. “Com essa denúncia estão colocando o próprio Ministério Público em xeque, já que é tudo averiguado por eles”, finalizou.

A reportagem também tentou contato com Cirilo Ramão, porém, sem sucesso. O vereador retornou ao mandato na segunda-feira (19/8) após oito meses afastados por suspeita de envolvimento em esquema de corrupção na Casa de Leis. 

Por Adriano Moretto

Foto THIAGO MORAIS

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