Corregedoria abre sindicância para apurar ação da Guarda que terminou em morte

21/11/2019 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

O corregedor-geral da Guarda Municipal de Dourados, Márcio Teles Arguelho Moreira, determinou a instauração de Sindicância Administrativa Disciplinar para apurar ocorrência que terminou na morte de um homem baleado com disparo de munição não-letal na tarde do dia 11 de outubro, na região do Parque Rego D’água.

Publicada na edição desta quarta-feira (20) do Diário Oficial do Município, mais de um mês após o ocorrido, a Portaria nº 26/CORR/GMD/2019 detalha que o procedimento de número 21/2019 será de natureza investigativa.

A intenção é “apurar homicídio decorrente de oposição a intervenção policial praticado por agente(s) desta Guarda Municipal no exercício da função e demais eventos verificados na Ficha de Ocorrência GMD nº 1141/2019, que chegaram ao conhecimento” da Corregedoria por meio do Memorando nº 379/GMD/2019 – “bem como investigar a existência de fato(s) conexo(s) e/ou a prática de transgressão(ões) conexa(s) com os fatos relacionados à referida Ocorrência, a serem determinados durante os trabalhos apuratórios”.

Foram nomeados Eleandro Aparecido Miqueletti e Weslei Henklain Ferruzzi como membros para comporem a Comissão Sindicante que será presidida pelo corregedor-geral e terá Odair Faleiros da Silva Junior na condição de Secretário.

O alvo central da investigação é a ocorrência atendida na tarde daquele 11 de outubro, uma sexta-feira, quando Elcindo Alexandre Neto, de 35 anos, conhecido como “Maninho”, morador na região do parque Rego D’Água, periferia de Dourados, morreu após ser baleado por agente da Guarda Municipal de Dourados.

Dias depois, o comandante da Guarda, Divaldo Machado de Menezes, revelou ao Dourados News ter mandado recolher as espingardas calibre 12, da marca Taurus, usadas com munições não letais naquela ocorrência.

Na ocasião, ele disse ter ficado surpreso com esse trágico desfecho. “Estou há 24 anos na Guarda e não ocorreu algo semelhante em Dourados, já ouvi uma ou outra situação em outros locais. A munição não é letal, mas acabou perfurando o corpo da vítima”, explicou.

Procurado na manhã de hoje, o comandante informou ao Dourados News que as armas já foram novamente liberadas para uso, após passarem por perícia. Segundo ele, o laudo foi entregue para o MPE-MS (Ministério Público Estadual), responsável por eventual acusação na esfera judicial contra os envolvidos.

“O armamento e as munições já estão liberados para uso, com algumas restrições que passamos para o pessoal”, afirmou. Segundo o comandante, utiliza-se elastômero em eventuais ocorrências com multidão e polietileno (pó de arroz) em disparos mais perto. “Mas cada caso é um caso”, pondera.

Por André Bento

foto Adilson Domingos

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