Coleção rara de vespas do Museu Nacional ‘se salvou’ de incêndio por estar emprestada à UFGD

06/09/2018 00h00 - Atualizado há 5 anos

Um item que estaria incluso entre os destruídos no Museu Nacional do Rio do Janeiro que sofreu um incêndio de grandes proporções na segunda-feira (03), acabou ‘a salvo’ por estar em Dourados. Trata-se de uma coleção rara de vespas armazenada desde 2015 em laboratório da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), instituição a qual havia sido cedida para pesquisas. 

O pesquisador Breno Maycon Trad solicitou o material na época para desenvolver doutorado sobre a Relação entre as espécies e evolução do corpo ao longo do tempo de vespas encontradas na América do Sul”.

Ao Dourados News, Breno contou que o material já deveria ter sido devolvido, no entanto, ele solicitou maior tempo com a coleção, pois o fato de ter contado com uma oportunidade de fazer doutorado sanduíche na Califórnia, atrasou a devolução, “mas foi um momento para estudar ainda mais sobre Entomologia”. 

Sobre o material, ele conta que existem vespas coletadas há mais de 100 anos na coleção, colhidas em várias partes da América do Sul. 

“São poucas coleções como essa no país. Seria uma perda se estivesse no museu que acabou destruído pelas chamas, bem como se perderam outros materiais deste tipo lá e para reconstruir uma coleção como essa acredito que se levaria cerca de 200 anos”, disse. 

Sobre o doutorado, Breno conta que teve a oportunidade de absorver conhecimento com um dos maiores pesquisadores da área da Entomologia, Wojiciech Pulawski e que segue na produção de sua pesquisa até o final deste ano. 

Rogério Silvestre, orientador de Breno, citou que entrou em contato com o Museu Nacional do RJ após o  ocorrido e informou que as vespas estão armazenadas na UFGD e tão logo ocorra o término da pesquisa e a unidade tenha uma infraestrutura para abriga-las, essas serão encaminhadas para lá. 

O maior museu de história natural do Brasil tinha um acervo de 20 milhões de itens, como fósseis, múmias, peças indígenas e livros raros, itens destruídos no incêndio. Apenas Bendegó, meteorito de 5 toneladas que é o maior já encontrado no Brasil ficou intacto. 

Na opinião do pesquisador Breno, o fato “é uma perda não apenas para a ciência brasileira, mas para a humanidade”.