Armadilha para Aedes aegypti é estudada na Cidade Universitária

11/04/2019 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

Uma nova ferramenta de controle contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika, tem sido desenvolvida na Cidade Universitária de Dourados. A metodologia consiste em uma estratégia para atrair fêmeas do mosquito até pequenos recipientes, chamados de estações de disseminação, que são ovitrampas com larvicidas à base de hormônios juvenoides sintéticos.

Ovitrampa é um vaso de planta escuro, preenchido com água que fica parada, simulando um local ideal para reprodução do mosquito. Nele, os pesquisadores inserem uma palheta de madeira que facilita a coleta e contagem dos ovos. O projeto, denominado “Avaliação de armadilhas disseminadoras de larvicida para controle de Aedes aegypti na Cidade Universitária da UFGD-UEMS em Dourados-MS” é explicado pelo professor vistante Ricardo Augusto dos Passos apresenta o

“As fêmeas nunca colocam todos os ovos em um mesmo criadouro, ela procura diversos locais. Dados de pesquisas por todo o país mostram que, por mais que se elimine os criadouros que estão nas casas e por mais que se trate, sempre há recorrência, pois algum lugar não foi encontrado, o foco não foi eliminado e está produzindo mosquito. Essa tecnologia vem justamente pra tentar fechar essa lacuna, porque o mosquito transporta o larvicida pra esses locais e as larvas serão contaminadas”, explica o professor.

O larvicida utilizado é o Piriproxifem, é seguro e recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Ele faz uma alteração nos hormônios de crescimento do inseto, não matando rapidamente mas, à medida que a larva vai crescendo, vai-se desenvolvendo um mosquito defeituoso, que acaba morrendo antes de se tornar adulto.

Pesquisa no campus

Na etapa do pré-tratamento, foram distribuídas 20 armadilhas ovitrampas em pontos da UFGD e da UEMS, alvos de monitoramento durante 07 semanas. Durante esse período, foram encontrados 8 mil ovos do mosquito.

O bloco da FACE-UFGD e bloco E da UEMS foram os pontos mais críticos.

No final de abril, as estações de monitoramento serão retiradas e substituídas por estações de disseminação. Serão 30 estações disseminadoras de larvicida distribuídas na Cidade Universitária. Elas permanecerão nos blocos durante 4 semanas, então a infestação do vetor será novamente monitorada, para saber se as armadilhas surtiram efeito ou não.

O professor Ricardo explica que “já se sabe que essa metodologia funciona, o que procuramos com essa pesquisa é saber em quanto tempo isso dá resultado. Será que em uma epidemia, como a que está acontecendo em Dourados, em uma ou duas semanas já se obtém resultado ou leva dois meses, três meses?”.

Ricardo Augusto dos Passos é professor vistante do Programa de Pós-graduação de Entomologia e Conservação da Biodiversidade da UFGD. A pesquisa faz parte da disciplina de graduação “Biologia de Vetores”, do curso de Ciências Biológicas da Universidade.

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