Servidores da prefeitura ganham cerca de R$ 600 mil por ano; confira os top-15 salários

06/04/2023 09h39 - Atualizado há 1 ano

Números foram revelados em relatório produzido pelo TCE-MS; corte agora quer explicações de Marquinhos e Adriane Lopes

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Foto: Gerson Oliveira

Numa das páginas do relatório do TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), divulgado nesta terça-feira (4) acerca das finanças da prefeitura de Campo Grande e que apontou supostas irregularidades cuja soma beirou à casa dos R$ 390 milhões, na folha de pagamento dos servidores municipais, revela-se a relação dos 15 maiores salários pagos pelo município.

Há caso de servidor concursado que recebeu, ano passado, por mês, R$ 50 mil, ou R$ 600 mil no ano.

Por regra, o teto da remuneração do funcionalismo municipal não poderia superar o que recebe a prefeita da cidade, Adriane Lopes, do Patriota, em torno de R$ 21 mil mensais. Contudo, há exceções.

Lidera o ranking dos polpudos salários, um auditor fiscal do município, concursado, que recebeu em 2022, R$ 599.693,27.

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Divulgação

A menor remuneração na relação dos 15 afortunados embosou no ano todo de 2022 R$ 404.772,89, o mesmo que R$ 33,7 mil mensais.

AFORTUNADOS

De acordo com o diagnóstico da corte fiscal, 69 servidores da prefeitura da Capital recebem salários que oscilam entre 23 mil a R$ 50 mil por mês.

Na lista dos melhores salários, é citado que a chefe da secretaria de Finanças recebeu no ano passado R$ 422,9 mil de salário, média de R$ 35,2 mil mensais.

A composição salarial da chefe da pasta foi construído a partir do conhecido jetom - quando o servidor recebe a mais por participação em reuniões, por exemplo, de conselhos de administração e fiscal.

TRECHOS

Diz a inspeção do TCE, assinado pelo conselheiro Osmar Jerônymo: "salienta-se que não foi realizado exame detalhado de cada remuneração desses servidores, de modo que o simples fato de receber remuneração superior ao teto constitucional não significa que o pagamento foi ilegal, diante das inúmeras exceções a esse patamar".

Segue o conselheiro: "além do que, não foram acrescidos nos valores encontrados a rubrica empréstimo consignado, o que consequentemente, majoraria as quantias das remunerações desses servidores".

Pelo levantamento do TCE, na folha de pagamento dos cerca de 27 mil servidores da prefeitura, ano passado, cujo custo bruto da folha alcançou R$ 2,2 bilhões, R$ 386,1 milhões foram pagos sem uma justificativa oficial.

A corte fiscal deu prazo de 20 dias a Marquinhos e Adriane para os números sejam explicados.

Marquinhos renunciou ao mandato de prefeito em março do ano passado para disputar o governo de MS. Adriane, que era a vice, assumiu a gestão municipal.

Até a publicação deste material nem Marquinhos nem Adriane tinham se manifestado quanto ao investigação do TCE-MS.

Assim que se manifestarem suas versões serão publicadas.

CELSO BEJARANO

CORREIO DO ESTADO