Projeto de horta e estudo de PANC realizado por alunos de escola da REME é destaque em revista científica

28/04/2021 12h10 - Atualizado há 3 anos
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Foto: Foto antes da pandemia

O estudo de uma árvore comum, encontrada nas ruas e praças de Campo Grande, tornou-se foco de união entre alunos e toda a comunidade da Escola Municipal Irmã Edith Coelho Netto, no Jardim Colúmbia. O resultado foi um projeto, realizado em 2019, e agora publicado na revista científica Brazilian Journal of Development, do Paraná.

A escola tem 876 alunos, desde a educação infantil até o 9º ano do ensino fundamental, que estudaram sobre a Pachira aquatica Aubl. (família Bombacaceae), uma planta alimentícia não convencional (PANC) conhecida por munguba.

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O trabalho dos alunos teve por objetivo realizar uma análise comparativa da composição próxima das amêndoas munguba com o seu possível consumo, como alternativa alimentar. O grupo testou receitas de castanha assada, bombom e creme de munguba salgado. Os voluntários que experimentaram os pratos aprovaram e relataram que deveriam ser repassados à comunidade escolar.

Com o resultado do projeto, eles observaram que 53,73% responderam que já haviam visto o munguba, e 46,27% relataram nunca tê-lo visto. O estudo também levantou dados nutricionais e apontou o alto teor de lipídios (36,74%) e quantidades relevantes de carboidratos (26,17%) e proteínas (11,49%).

“A parte de que mais gostei do projeto foi a realização das receitas, porque realmente pudemos experimentar como era a fruta. O que me chamou à atenção também foi a árvore estar na escola há bastante tempo e ninguém sabia que era comestível”, afirma Maria Luiza de Souza, aluna do 9° ano.

“Gostei da parte prática também, de fazer as receitas”, concordou a aluna do 8° ano, Maria Vitória de Oliveira.

Contribuição Pedagógica

A professora Tatyane Soares Brasil, atuou como orientadora e explicou a importância da orientação científica e do resultado que proporciona ao ensino e à aprendizagem aos estudantes. “Acredito que seja muito importante trabalhar a iniciação científica, porque contribui também para os conteúdos em sala de aula, tendo em vista que os projetos de leitura, escrita e produção científica contribuem muito para o ensino e aprendizado. Trabalhamos as descobertas e os alunos começam a ter esse olhar de pesquisador. Isso contribui para que eles entendam como é a produção de um artigo. Quando chegarem em uma universidade já terão conhecimento científico. Percebemos que os alunos ficaram mais motivados”.

A professora Jaqueline Vilas Boas, coorientadora, fala como foi o início do projeto. “Fizemos o convite para toda a escola, dentro do contexto do laboratório de ciências, e os alunos procuraram voluntariamente. É um trabalho de extensão da escola e a nossa função é conduzir, a partir do que eles querem, gostam, e do tema que querem trabalhar.”, afirmou.

“Eu estou radiante com todas as premiações no ambiente externo, porque sou uma grande incentivadora. Apesar da pandemia, não deixamos de produzir, pelo contrário, debruçamo-nos para fazer publicações dos trabalhos, de forma remota.”, afirmou a diretora adjunta, Adna da Silva.

Início

A escola deu início ao projeto da horta pedagógica em 2015. Os alunos foram capacitados e tiveram aulas práticas multidisciplinares, de temas variados, e trabalhos de iniciação científica, realizado até 2019, antes do período de pandemia. As atividades na horta pedagógica tiveram a parceria do projeto de extensão da Universidade Católica Dom Bosco/UCDB, além dos alunos monitores da horta.

Já o projeto da munguba, começou no ano de 2018, e a pesquisa consistiu em estudos qualitativo e quantitativo. Os alunos atuaram com aplicação de questionário, análises físico-químicas das amêndoas munguba e preparação de receitas alimentares.

CGNotícias

Agência Municipal de Notícias de Campo Grande