Professores propõe escalonar reajuste para chegar ao piso em dois anos

16/02/2022 09h04 - Atualizado há 2 anos

Categoria rejeitou proposta da prefeitura, mas apresentou contraproposta e negociação segue sem greve

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Professores rejeitaram proposta da prefeitura, mas negociação segue sem greve - Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

GLAUCEA VACCARI

Os profissionais da educação pública da Rede Municipal de Ensino (Reme) rejeitaram proposta apresentada pela prefeitura de Campo Grande, de reajuste de 10%, mas apresentaram contraproposta, que escalona o reajuste em dois anos.

Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira (15), foi votada a proposta do Executivo Municipal, de 5% de reajuste em março e outros 5% em dezembro, totalizando 10% de reajuste para todos os profissionais.

Os profissionais consideraram que a percentual oferecido não alcança os 33,24% reivindicados pelo Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP-MS).

Deste forma, os valores apresentados foram rejeitados e uma nova contraproposta foi redigida e será entregue à prefeitura.

Na contraproposta, a ACP pede reajuste de :

- 5% – março/2022;

- 20,85% – maio/2022;

- 5% – outubro/2022.

- 36,29% – Prefeitura deve apresentar cronograma de cumprimento da Lei Municipal 5.411/2014, com integralização até 2024.

Na sexta-feira (18), uma nova rodada de negociação está agendada entre a prefeitura e a ACP, às 8h, para debater sobre a contraproposta apresentada.

Na mesma data, haverá uma manifestação dos profissionais da educação da Reme.

Segundo o presidente da ACP, Lucílio Nobre, a categoria segue lutando pelo cumprimento da Lei do Piso 20h da Reme.

"Nesse sentido, a categoria entende que a nossa mobilização já está surtindo efeito, uma vez que a prefeitura deixa de falar em abono e apresenta proposta", disse.

"Mas nossa luta é pela integralização do piso, por isso cobramos que a correção do piso nacional 2022 seja aplicada ainda neste ano. Seguimos em união e mobilização. A categoria exige respeito e valorização”, acrescentou.

“Nossa categoria sabe o valor do nosso trabalho e da luta pela valorização. Não aceitamos ter nossa lei novamente desrespeitada e por isso estamos firmes na mobilização”, conclui Lucílio.

Negociação

Na primeira proposta, a prefeitura propôs conceder abono de natureza indenizatória, no porcentual de 6,29%, aplicado sobre a remuneração de servidor PH2A.

Na prática, o índice equivale a menos de R$ 200 de aumento para todos os profissionais do quadro do magistério da Reme.

Essa proposta foi rejeitada, sendo apresentada uma segunda, que foi votada hoje, de 10% escalonado em duas parcelas.

Atualmente, o piso municipal corresponde a 55,07% do piso nacional do magistério.

Na prática, o professor em início de carreira recebe por volta de R$ 2.117,73, abaixo do valor de R$ 3.845,63 referente ao reajuste de 33,24% protocolado em portaria assinada dia 4 deste mês pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).  

CORREIO DO ESTADO