Professores decidem encerrar greve, mas ainda tentam acordo com a prefeita
Movimento será encerrado hoje, mas pode ser retomado se não negociação não avançar
Os professores da Rede Municipal de Ensino (Reme) decidiram encerrar a greve da categoria nessa quinta-feira (8), mesmo sem acordo com a prefeita Adriane Lopes (Patriota).
O Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), organizou uma assembleia, na manhã de ontem (07), para discutir o fim da greve dos profissionais da educação.
A plenária acontece a partir da decisão do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), Sérgio Martins, que determinou o fim da mobilização dos docentes sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
Mesmo com a determinação de fim imediato, em votação, a maioria definiu que a greve dos professores será encerrada amanhã, mas ainda seguem com as tentativas de chegar a um acordo com a prefeitura.
“Nós vamos ver agora com o jurídico esse percentual [de profissionais trabalhando]. Nós queríamos definir em conjunto com as instituições, seja, Prefeita, Ministério Público, mas o desembargador entendeu que nós deveríamos apontar o quantitativo mínimo. Portanto, nós vamos então apontar o quantitativo”, disse o diretor da ACP, Lucílio Nobre.
A princípio, o movimento grevista já estava previsto para ser finalizado na sexta-feira (9), quando não haverá aulas devido ao jogo do Brasil pelas quartas de final da Copa do Mundo.
Amanhã, caso não sejam recebidos, irão se mobilizar para a Câmara dos Vereadores, onde tentarão novamente apoio dos parlamentares para pressionar a prefeitura a cumprir acordo firmado com a categoria, de reajuste de 10,39%.
Na segunda-feira, uma paralisação será realizada e, em assembleia, os professores irão discutir e votar os próximos passos, não sendo descartada a possibilidade de nova greve.
Prefeita diz não ter caixa
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota) afirmou, em agenda nessa terça-feira (06), que não irá pagar reajuste dos professores neste ano.
"Este ano não temos caixa", disse.
A atual prefeita de Campo Grande esteve do lado de Marquinhos Trad durante seis anos, desde seu primeiro mandato, acompanhando as tratativas com diversas categorias, inclusive com os professores.
Apesar de ter participado da negociação com a ACP acertando a integralização do piso salarial até 2024, onde foi acordado o escalonamento, com 10,39% de reajuste pago nessa segunda parcela a partir de novembro, ela diz que havia brechas.
Segundo Adriane, a ACP tinha conhecimento de que a prefeitura estava no limite prudencial e que o valor poderia não ser pago.
"A mesma lei que dá o aumento, tem uma restrição no artigo segundo, que fala que: somente será concedido o aumento de 10,39% quando o limite prudencial estiver abaixo, hoje está em 57,1%", afirmou.
Sobre a conversa com a categoria, que tenta ser recebida para diálogo, a prefeita afirma que o poderia fazer já foi feito, se referindo a uma proposta de abono, que foi negada pelos professores.
Sem acordo, os professores decidiram por iniciar o movimento grevista na última sexta-feira (2).
Lúcilio Nobre afirma que, se houver nova proposta da prefeitura, uma assembleia será convocada a qualquer momento.
GLAUCEA VACCARI E CAUÊ REIS
CORREIO DO ESTADO