Pontos de ônibus e terminais de Campo Grande voltaram a ficar cheios nesta quinta-feira (19), após um dia de paralisação dos motoristas de transporte público. A categoria deve votar em assembleia, marcada para o próximo sábado (21), indicativo de greve e decidir se o trabalho será paralisado por tempo indeterminado, até acordo por reajuste salarial.

Por volta das 6h30, o Terminal Hércules Maymone estava cheio e a circulação normal das linhas vermelhas, as de rotas diretas; as linhas azuis, de itinerário em bairros, também seguia normalmente.

A ata de convocação soma cerca de 1,5 mil profissionais para a assembleia na sede do STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), às 8h30. Os funcionários pedem reajuste de 16% e os empresários pontuam o limite de 6,5%. Ambos lados estão em tratativas desde dezembro do ano passado.

“O Sindicato convoca todos os trabalhadores da categoria na base territorial de Campo Grande para discussão e: 1) informes sobre o impasse das negociações salariais de 2022 e seus desdobramentos jurídicos e; 2) deliberação sobre deflagração geral de greve”, diz o texto.

Caso a categoria aceite o indicativo, a decisão deve ser comunicada oficialmente em 72 horas, para que cruzem os braços na próxima segunda-feira (23).

Motivo da greve e impasse

A categoria pede reajuste de 16%, enquanto os empresários pontuaram o limite de 6,5% com a argumentação que a tarifa da passagem precisa sofrer aumento de R$ 4,40 para R$ 8 para conseguir arcar com as despesas e acordo trabalhista.

Após audiência de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), entre os motoristas do transporte público e o Consórcio Guaicurus, ficou definido que reunião na quinta-feira (19) irá definir o valor da tarifa do transporte público.

Conforme informado pela prefeita Adriane Lopes (Patriota), a tarifa técnica (valor final que o Consórcio vai receber por passageiro, considerando os subsídios aos alunos de escola pública) foi proposta em R$ 5,80 após estudos da agência de regulação municipal. Com isso, o “passe” pode ter valor definido entre R$ 4,65 e R$ 4,80.

“Propusemos a tarifa técnica que será discutida e aprovada amanhã, às 14h pelo conselho, onde será discutida junto com a empresa (Consórcio Guaicurus) e a Agereg. Amanhã vamos concretizar a proposta”, disse.

O Consórcio Guaicurus informou na reunião que, após a definição da tarifa, “fará esforço possível” para que possam trabalhar na possibilidade na demanda dos motoristas, que pedem reajuste de 16% no salário. O sindicato da categoria disse que a partir desta quinta-feira (19) o transporte volta a funcionar normalmente em Campo Grande e assembleia para votar greve acontece no sábado (21).

Em junho de 2022, Termo de Convênio nº 32.097 transferiu R$ 7,2 milhões (pouco mais de R$ 1 milhão por mês) em recursos do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul para ajudar a arcar com a gratuidade do passe dos estudantes de Campo Grande. O termo foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado de 30 de junho.

Karina Campos

MIDIAMAX