PM alerta sobre fake news de ataques em escolas de Campo Grande

13/04/2023 09h37 - Atualizado há 1 ano

Subtenente da Polícia Militar, Armindo Santa Cruz, fez um apelo para que a população não acredite em notícias falsas e confiem nos serviços de segurança pública

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Arquivo/Correio do Estado

Desde o início dos casos de ataques violentos em escolas do país, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul junto a equipe da ronda escolar do Programa Escola Segura, Família Forte tem recebido inúmeros casos de alarmes falsos em escolas da Capital.

Ao Correio do Estado, o subtenente da Polícia Militar Armindo Santa Cruz, explicou que os alarmes falsos de ataques geram pânico desnecessário em toda a comunidade escolar.

“Muitas vezes esses adolescentes que estão nas escolas não têm noção da gravidade da distribuição de informações falsas e do pânico que essas 'brincadeiras' causam”, explicou.

O subtenente expôs que na maioria das vezes os alunos que promovem e divulgam os alarmes falsos fazem com objetivo de alterar o calendário acadêmico das escolas e escaparem de alguma obrigação escolar.

“Acontece que, geralmente, esses estudantes copiam essas mensagens de massacres de sites da internet e grupos de WhatsApp para gerar tumulto e tentar escapar das provas do período letivo”.

Santa Cruz afirma que todas as ocorrências estão sendo atendidas e devidamente encaminhadas para a delegacia. “Todos os protocolos estão sendo tomados, as escolas estão sendo monitoradas e autoridades acionadas”.

Em entrevista para o Correio do Estado, o coordenador do Programa Escola Segura, Família Forte, Valson Campo do Anjos, informou que o programa atende 122 escolas na Capital, sendo 72 estaduais e 50 municipais.

“Nós acompanhamos todos os chamados de ameaça. As viaturas do programa estão disponíveis em todas as regiões da cidade e acompanham as solicitações em tempo real através de grupos”, informou.

O coordenador comunicou também que são oferecidas palestras aos alunos e professores a fim de evitar que situações de violência ocorram no recinto.

“Algumas escolas possuem também a presença da guarda municipal. Além das rondas e revistas, nós entramos nas escolas e conversamos com os alunos como forma de conscientizar e combater a violência”.

Apelo

Apesar da preocupação dos pais, o subtenente da Polícia Militar Armindo Santa Cruz, faz um apelo para que a população, em especial os responsáveis, não acreditem nas fake news e confiem nos protocolos de segurança que estão sendo realizados nas escolas.

“Pedimos que não acreditem em notícias falsas e confiem no serviço da segurança pública. Estamos presentes nas escolas que apresentaram avisos de ameaças, realizamos revistas nos períodos que mais apresentaram casos de violência, que é nos horários de entrada e na saída e fazemos acompanhamentos internos também”, explica o subtenente.

Santa Cruz frisou que para aqueles que divulgam notícias falsas sobre ataques também podem receber penalidades criminais, mesmo que não esteja envolvido com nenhum ato de violência ou identificado portando item perigoso.

“A partir do momento que a pessoa divulga alguma informação falsa, seja por mensagens ou grupos de conversa, e provoca alarme anunciando desastre ou perigo inexistente, ele passa a ser autor do crime e é encaminhado para a delegacia”, afirmou o subtenente.

De acordo com o PM, na segunda-feira (10) foram apreendidos 15 adolescentes de seis escolas diferentes, três deles foram abordados e uma adolescente identificada com um simulacro.

“Ontem recebemos seis notificações de possíveis ameaças, foram feitas as abordagens e identificamos uma adolescente com um simulacro. Todos os atos ilícitos estão sendo encaminhados para a delegacia”, concluiu Santa Cruz.

Caso em Manaus

Nesta segunda-feira (10), um caso de violência aconteceu em uma escola em Manaus. Um aluno armado com uma faca feriu uma professora e uma colega de sala dentro do Colégio Adventista, na zona Sul de Manaus.

Após o ocorrido, um áudio foi divulgado e espalhado nos grupos de WhatsApp. Na mensagem, o sujeito não identificado fez um alerta de massacre em escolas da capital e do interior. “Nós vamos pegar escola por escola e matar todo mundo ou o máximo de pessoas possível”, disse em áudio.

Horas depois, uma suposta mensagem do Comando Vermelho do Amazonas emitiu um alerta para aqueles que estão planejando massacres nas escolas. “Se a Polícia não pode fazer nada, a gente faz”. No texto, o CV deixa claro que qualquer pessoa que tentar ameaçar crianças inocentes ou até mesmo realizar ataques sofrerá as consequências.

No entanto, muitos duvidam da autoria da mensagem que, na tentativa de reverter a situação e apoiar os familiares dos estudantes, causou mais pânico na população.

PATRICK ROSEL

CORREIO DO ESTADO