Novos projetos de modernizar Campo Grande estão parados

02/01/2023 08h58 - Atualizado há 1 ano

O Executivo assinou dois contratos de crédito com a Caixa Econômica Federal em 2020, que totalizam R$ 52 milhões, mas eles ainda não saíram do papel

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Gerson Oliveira

A atual gestão da Prefeitura de Campo Grande assinou, em 2020, dois grandes contratos de operações de crédito com a Caixa Econômica Federal para investir em projetos de modernização tecnológica e de um novo corredor gastronômico na Avenida Bom Pastor. No entanto, até o momento, eles continuam só no papel.

Os dois contratos somados superam os R$ 52 milhões, sendo R$ 28,5 milhões para a instalação de fibra óptica, que, segundo o Executivo, conectará mais de 400 unidades administrativas de Campo Grande.

O montante será aplicado também na construção da Central de Tecnologia, Inteligência, Planejamento e Monitoramento da Gestão Pública e em capacitações em cidades inteligentes.

O segundo acordo é referente à revitalização da Avenida Bom Pastor. Na obra, serão investidos R$ 23,8 milhões para alargamento da pista, reforço na drenagem, recapeamento asfáltico, instalação de rede elétrica e de cabeamento de fibra óptica subterrânea, iluminação ornamental e novo paisagismo.

As reformas serão feitas entre a Avenida Eduardo Elias Zahran e a Rua Domingues Jorge Velho.

No entanto, ambos os projetos ainda estão no papel, com previsão para abertura das licitações em 2023.

Enquanto isso, as ações que estão em andamento pela prefeitura foram acordadas em 2012, na gestão do ex-prefeito Nelson Trad Filho (PSD), e licitadas em 2017, pelo ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD).

Em 2008, o então prefeito Nelson Trad assinou com o Banco Internacional de Desenvolvimento (BID) um contrato de empréstimo, dentro do programa Pró-Cidades, que visava ações de revitalizações da área central de Campo Grande, o que veio a se tornar o Reviva.

De acordo com a prefeitura, foram feitos dois projetos do Reviva. O primeiro, assinado em 2008, contemplava a Avenida Júlio de Castilho, a Orla Morena, a Orla Ferroviária e a Via Morena, que já foram concluídos.

Já o Reviva Centro, licitado em 2017, teve a obra de requalificação da Rua 14 de Julho entregue, assim como também a revitalização do quadrilátero da área central, que atualmente está em cerca de R$ 60 milhões de investimento.

Entretanto, a Vila dos Idosos, que faz parte do Reviva Centro, ainda está em execução. Sobre o projeto de habitação no microcentro, não foi informado o andamento, porém, não há obra iniciada.

O segundo grande pacote de obras da Capital foi assinado em 2012, também no governo passado, e previa a instalação dos corredores de ônibus em alguns trechos da cidade, o que ainda não foi concluído.

O pacote também indicava a construção de novos terminais de transporte nos bairros Parati, Tiradentes, São Francisco e na Av. dos Cafezais.

As construções dos terminais não foram iniciadas até hoje, e o motivo não foi informado pela prefeitura até a publicação da matéria.

Foram enviados R$ 180 milhões em recursos para as obras, que são provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana, liberados pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), o PAC foi desmembrado a partir de 2019, e os convênios já existentes seguiram em execução, de acordo com a Pasta ao qual foram direcionados.

No MDR, ficaram projetos nas áreas de mobilidade, desenvolvimento regional e urbano, prevenção de desastres, saneamento e habitação.

PARQUE TECNOLÓGICO

No pacote de futuras obras está também a criação do Parque Tecnológico e de Inovação de Campo Grande.

De acordo com a prefeitura, a iniciativa abrange a restauração do Complexo Ferroviário (Rotunda e armazéns anexos, Estação Ferroviária, Armazém Cultural, Casa da Esplanada e o sobrado do Instituto Histórico e Geográfico de MS).

Além disso, também abrange a transformação das quatro incubadoras existentes em hubs de inovação, vinculadas ao futuro parque. No Parque Tecnológico, haverá exposições virtuais, de acervo existente, e um núcleo de produção audiovisual para podcasts e vídeos.

Ainda não há informações sobre a vinda de recursos para a criação do parque, mas a prefeitura já sinalizou que serão necessários R$ 91 milhões para a execução do projeto.

KETLEN GOMES

CORREIO DO ESTADO