Na Capital, 12 mil pessoas foram ao Parada Nerd interagir com cosplayers e dubladores

26/10/2022 16h35 - Atualizado há 2 anos

Evento de três dias na Capital atraiu cerca de 12 mil pessoas para acompanhar volta de cosplayers, dubladores e muito mais

Cb image default
Parada Nerd foi a oportunidade para os fãs da cultura geek se expressarem e demonstrarem sua paixão pelos personagens preferidos se passando por eles, técnica conhecida como cosplay - GERSON OLIVEIRA

Anotando o ano de 2022 no topo do ranking – depois do game over do terceiro dia –, a 7ª edição do Parada Nerd entra para a história do evento após contabilizar cerca de 12 mil pessoas registradas durante os três dias desse encontro da cultura pop.

Com dubladores nacionais, concurso de cosplay, “Just Dance”, campeonato de jogos de luta, Espaço K-pop, batalha campal e até as tradicionais plaquinhas que ofereciam “abraços grátis”, o Parada Nerd 2022 teve de tudo para agradar desde o mais jovem aficionado por essa cultura quanto aqueles que há tempos são gamers, geeks e otakus. 

Cb image default
Divulgação

Vale ressaltar que, diferentemente dos anos anteriores, a 7ª edição do Parada Nerd teve um dia a mais de evento (a última recebeu cerca de 7 mil pessoas em dois dias), para que os nerds campo-grandenses pudessem aproveitar mais, após o hiato pandêmico de dois anos que deixou os grandes encontros apenas na memória.

Entre as atrações, The Kira Justice fez seu retorno ao Parada Nerd após sua primeira apresentação no evento, realizada em 2018.

Dessa vez, a voz que dá vida a diversas adaptações que fazem referência ao mundo nerd encerrou o evento.

Cosplayers

No mesmo dia, aconteceu o concurso de cosplay, que revelou o amor dos cosplayers do evento por uma franquia de RPG específica, já que as caracterizações de “Genshin Impact” venceram todas as categorias.

Naomi Inagaki foi a cosplayer que levou para casa duas categorias no concurso.

Ela foi a responsável por trazer para o palco do Parada uma das versões de Yunjin que conquistaram um lugar no pódio.

Por meio das redes sociais, na manhã de segunda-feira, ela disse que acabou chegando muito tarde para o evento, colocou o cosplay e foi direto para o palco.

“Não tive nem um pouco de tempo para passear pelo evento. Ia começar 17h o desfile, consegui me arrumar às 16h40min e fui direto para fila, que costuma ser formada 30 minutos antes e já tinha muita gente. Mas como atrasou um pouco, ainda tive de esperar para desfilar”, declarou.

Em “Genshin Impact”, Yunjin é uma personagem de suporte valorizada na franquia, já que consegue aumentar o dano do ataque normal causado pelos membros da equipe ao redor. Assim, Inagaki venceu as categorias de desfile e individual.

Além dela, houve ainda a categoria grupo, que não deixou de exaltar “Genshin Impact”, mas deu os troféus para Laísa Okami e Fernando Michels, que performaram Yunjin e Diluc.

Cb image default
Cosplayers amadores e profissionais marcaram presença durante os três dias de evento

Atrações nacionais

No sábado, o Parada Nerd foi palco para dois dubladores, Fábio Lucindo e Luísa Horta, que aproveitaram as horinhas antes do evento para passearem por Campo Grande, no Parque das Nações Indígenas, onde viram capivaras e quatis que encantaram nossos visitantes.

“O evento em si, maravilhoso. Sou frequentadora de eventos de anime desde que me entendo por gente, eu amo animes. Realmente achei muito bem organizado, tem painel com o pessoal do k-pop, galera da dublagem, do cosplay... Tem um pouco para todo mundo e todos os gostos”, comentou a atriz e dubladora Luísa Horta.

Ainda que nova no cenário da dublagem, ela é responsável por dar voz a vários personagens de franquias famosas, como a Skye do game “Valorant”, a Kira Yukimura de “Teen Wolf”, a Ochaco Uraraka de “My Hero Academia” e a Buntan Kurosuki de “Boruto: Naruto Next Generations”.

Além dela, o companheiro de trabalho – e de vida –, Fábio Lucindo, também emprestou um pouco do carisma para os campo-grandenses.

Juntos, após saírem do palco, os dubladores ficaram por cerca de duas horas atendendo aos fãs em um meet & greet realizado pela organização do evento, onde ambos assinaram cartazes, tiraram fotos e conversaram com os admiradores locais.

“Galera muito carinhosa, respeitosa, não dá só para tirar foto. Tudo muito bem organizado”, comentou Fábio, que saboreou, durante entrevista, uma sopa paraguaia levada pela equipe do Correio do Estado para o dublador, que, antes mesmo da vinda, comentava sobre a ansiedade não só para o evento como para o encontro com a cultura local.

Um de seus maiores reconhecimentos é a primeira dublagem do personagem Ash Ketchum (“Pokémon”), além de emprestar sua voz para os atores Zac Efron, Michael Cera, Emile Hirsch, Justin Chon e Logan Lerman.

Ele também é responsável por dar vida ao Arnold, de “Hey Arnold!”, ao Kuririn, de “Dragon Ball”, ao Kiba Inuzuka, de “Naruto”, e ao Mega Man, de “MegaMan NT Warrior”. 

Cb image default
Luiza Caspary foi atração do último dia de evento

Além deles, Luiza Caspary – reconhecida e premiada por seu trabalho na dublagem da série de games “The Last of Us” –, também figurou como uma das atrações do evento, com participação no palco de domingo.

“Trabalhar com jogos expandiu muito o meu contato, me sinto mais próxima das pessoas. E até isso acontecer, até 2011, 2012 – antes do primeiro ‘The Last of Us’ sair –, me sentia muito invisível. Porque eu sempre trabalhei com a minha voz, ouvia e falava ‘nossa, só eu’, não sentia o interesse das pessoas”, afirmou Luiza.

Segundo ela, o público nerd e geek é muito interessado, sendo aficionado em cada raiz de seus hobbies. “Ele é o consumidor antigo de disco de vinil, que gostou e quer saber quem é o batera, ‘quero saber onde o cara vai tocar, porque gosto dele’, sabe? E a galera que acompanha os jogos tem isso”, detalhou.

Em nome dos E-Sports

Campeão do Campeonato Brasileiro de “League of Legends” (CBLOL) de 2013 e de 2015, Gabriel “Kami” participou do último dia da 7ª edição do Parada Nerd, realizada no Bosque Expo, em Campo Grande, onde comentou sobre o atual cenário do game “League of Legends” e deu dicas para os fãs que sonham em jogar profissionalmente.

Tendo seu início de carreira na época em que, segundo o próprio ex-pro-player, “era tudo mato”, Kami revelou que sua experiência profissional é pouco aplicável nos dias de hoje.

“Tinha menos competição e menos gente querendo viver disso e ingressar no cenário competitivo. Aconteceu meio de tabela, estava jogando em casa, me chamaram para o time e deu certo”, relatou.

Para Kami, hoje o cenário competitivo tem caminhos mais definidos. Ele também exaltou as experiências que têm ocorrido por todo o Brasil, que ajudam a descentralizar o cenário competitivo do eixo Rio/São Paulo.

“Eu acho que tem um público muito carente de eventos como o Parada Nerd daqui de Campo Grande, inclusive belíssimo evento, está muito bem organizado”, finalizou.

LEO RIBEIRO

CORREIO DO ESTADO