Mulher sai do posto com receita para sinusite, morre com AVC e família fala em negligência

17/10/2022 08h59 - Atualizado há 2 anos

Paciente reclamava de dor muito forte na cabeça e morreu horas após deixar CRS em Campo Grande

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Divulgação

Priscilla Peres

Rosangela Fátima Paula, 52, morreu em decorrência de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) horas depois de ter sido diagnosticada com sinusite no CRS (Centro Regional De Saúde) do bairro Aero Rancho, em Campo Grande. Abalada com a situação, a família fala em negligência médica.

A mulher começou a passar mal no dia 11 de outubro, reclamando de dor de cabeça intensa. Edneuza Souza Agostinho, 58, conta que acionou o SAMU que não foi até a residência e então ela e o irmão levaram Rosângela ao CRS (Centro Regional De Saúde) do bairro Aero Rancho, por volta das 10h.

“Ela reclamava de dor muito forte na cabeça, a ponto de não conseguir abrir os olhos e nem andar. Na unidade de saúde a enfermeira me disse que ela teve convulsão e passou a tarde vomitando, mas só foi atendida pelo médico perto das 19h. Ele disse que ela estava com sinusite, deu uma receita de antibiótico e liberou para ir para casa”, conta Edneuza.

A cunhada de Rosângela conta que disse para o médico que ela era hipertensa e tinha histórico de AVC e infarto na família. Também chegou a supor se ela não poderia estar sofrendo um AVC, mesmo assim, o médico plantonista, que tem especialidade em cardiologia, liberou Rosângela com uma receita para sinusite.

Por volta das 2h do dia 12 de outubro, Rosângela desmaiou. A família levou ela para o UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Universitário. “Ela foi atendida rapidamente no UPA por um médico que entubou ela e já pediu vaga para a Santa Casa, por que o caso era grave. Ela chegou na Santa Casa com morte cerebral”, conta.

Boletim informativo emitido pela Santa Casa ás 15h27 de 12 de outubro, diz que Rosângela estava na UTI em estado geral grave e em piora. “Paciente em gravíssimo estado geral, respirando com ajuda de aparelhos, com medicação para manter a pressão normal. Quadro de extrema gravidade”, diz o boletim.

O atestado de óbito diz que Rosângela morreu às 14h de 13 de outubro, com acidente vascular cerebral hemorrágico e insuficiência respiratória.

O que diz a prefeitura

Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informa que irá apurar o ocorrido nos atendimentos prestados à paciente, e abrirá sindicância para, se julgar necessário. "Reforçamos que, por se tratar de uma unidade de urgência e emergência, onde é feita a estabilização do quadro clínico para então transferência a uma unidade hospitalar, não é possível fechar um diagnóstico, uma vez que para isso é necessário realizar exames complementares", diz a nota.

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