Ministério Público vai investigar Flexpark por não devolver crédito de usuários
Clientes reclamam de não conseguir sacar dinheiro "congelado" no aplicativo do estacionamento rotativo
NATÁLIA OLLIVER
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul abriu um inquérito civil para investigar a denúncias de usuários do estacionamento rotativo Flexpark, que alegam não conseguir sacar o dinheiro retido no aplicativo da empresa. A ação foi publicada no Diário Oficial do órgão nesta quarta-feira (11).
A companhia atuou em Campo Grande de 2002 ao dia 22 de abril de 2022 e deixou a Capital após fim do contrato de concessão.
O órgão foi acionado pelo deputado Paulo Duarte (PSB), que ressalta ter recebido inúmeras denúncias de usuários lesados pela empresa.
“Ela simplesmente fechou as portas e ficou com dinheiro, recebi muitas queixas aqui no meu gabinete de pessoas que tinham R$ 60, 70, 80 lá. É um absurdo e tem que ser devolvido.”, enfatiza.
De acordo com Paulo Duarte, a Prefeitura de Campo Grande alegou que o dinheiro será devolvido quando a próxima empresa entrar, em uma nova licitação.
“Eles disseram que quem assumir o estacionamento rotativo deverá recompensar o crédito, mas isso não é o suficiente. Acabou o contrato. Agora será um novo processo, um outro serviço. Para onde está indo esse dinheiro? Pro bolso da empresa.", acrescenta.
Na petição, o parlamentar também ressaltou que a companhia praticava de condutas irregulares desde o começo da concessão.
“Efetuava reset nos parquímetros, contendo crédito aos consumidores; cobrava o estacionamento durante o sábado, sendo que o correto seria de segunda a sexta-feira; exploração do número de vagas (superior à estabelecida formalmente).”, descreve o deputado no documento.
Histórico
Sobre não ter o contrato renovado após duas décadas de prestação de serviço, o sócio-proprietário da empresa, Hélio Porto, disse ao jornal que o atual contrato não prevê a renovação por mais 10 anos, mas existe a intenção de participar da nova licitação da prefeitura.
CORREIO DO ESTADO