Mãe morre sete horas após filha ser atropelada e morta em Campo Grande

30/03/2023 08h54 - Atualizado há 1 ano

Ambas são veladas, uma do lado da outra, na manhã desta quarta-feira (29), no Cemitério Parque de Campo Grande

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Velório de Leonilda Rodrigues de Oliveira (mãe) e Evanir Carvalho de Souza (filha) - MARCELO VICTOR

Leonilda Rodrigues de Oliveira, 82 anos, faleceu às 20 horas desta terça-feira (29), no Hospital Santa Casa de Campo Grande. Sua filha, Evanir Carvalho de Souza, 59 anos, morreu atropelada às 13h06min de ontem, no centro da Capital.

A mãe não soube do falecimento da filha e vice-versa. De acordo com informações de familiares, a filha estava a caminho do hospital para visitar a mãe, que estava intubada, quando foi atropelada.

Ambas são veladas, uma do lado da outra, na manhã desta quarta-feira (29), no Cemitério Parque de Campo Grande. O sepultamento será às 13h30min.

Evanir (filha) foi atropelada por um Renault Captur branco, na avenida Rui Barbosa, entre as ruas Antônio Maria Coelho e Mato Grosso, no centro de Campo Grande.

Ela chegou a ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

Segundo a Polícia Civil, ela teve parada cardiorrespiratória, poli traumatismo e traumatismo cranioencefálico.

O veículo transitava na faixa exclusiva para ônibus e a idosa atravessava a rua fora da faixa de pedestres.

De acordo com informações de populares, a motorista se negou a realizar teste de bafômetro.

Ela foi presa em flagrante, mas pagou fiança de R$ 7 mil e foi solta horas após o acidente. Ela não tem antecedentes criminais.

Leonilda (mãe) estava internada na Santa Casa desde sábado (25).

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a assessoria de imprensa do hospital afirmou que a idosa deu entrada no pronto-socorro com inflamação das vias biliares.

Com agravamento do caso, foi transferida para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) e realizou procedimento cirúrgico no domingo (26).

Ela foi intubada e não teve sucesso ao protocolo de reversão do quadro, indo à óbito na noite desta terça-feira (28).

O Correio do Estado conversou com o motorista Emerson Carvalho de Souza, filho de Evanir, no velório de sua mãe e avó.

Abalado, disse à reportagem que estava preparado para receber a notícia de que sua avó viria a falecer, mas, que nunca imaginava que sua mãe também morresse no mesmo dia, até mesmo antes de sua avó.

Ele ainda relembrou a personalidade e trajetória da mãe. “Sempre foi uma pessoa muito guerreira, trabalhadora, cuidadosa com a casa, com os filhos, com os netos. Muito amorosa demais da conta. Os netos chegavam em casa e ela dava tudo o que eles queriam", disse.

Leonilda deixa três filhos e Evanir dois.

NÚMEROS

Dados divulgados pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) apontam que três pedestres faleceram, vítimas de atropelamento, de janeiro à março de 2023, em Campo Grande.

Foram registrados 12 óbitos de pedestres em 2022 e 13 em 2021.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a Gerente de Educação para o Trânsito, Ivanise Rotta, afirmou que atropelamentos ocorrem por velocidade excessiva ou inadequada por parte de motoristas.

"A Capital tem um perfil traçado por meio da metodologia aplicada de um trabalho internacional junto ao Ministério da Saúde. Sendo assim, identificamos como principal fator de risco: a velocidade excessiva ou inadequada. Ou seja, campo-grandense morre porque não respeita os limites de velocidades regulamentos nas vias", explicou. 

NAIARA CAMARGO

CORREIO DO ESTADO