Hospital Militar de Campo Grande comprou R$ 1,1 milhão em próteses penianas

13/04/2022 08h23 - Atualizado há 1 ano

Pregão é do ano passado, e cada prótese saiu por R$ 57,6 mil; material foi pago com recursos públicos

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Hospital Militar de Área de Campo Grande - Arquivo - Álvaro Rezende

EDUARDO MIRANDA

O Hospital Militar de Área de Campo Grande (HMACG) empenhou, no ano passado, R$ 1,152 milhão para a compra de próteses penianas, consta em nota de empenho encontradas no Porta da Transparência. Cada prótese saiu por um custo unitário de R$ 57,6 mil.

Foram usados recursos do Fundo do Exército para a compra das próteses penianas.

O item é descrito como “prótese peniana, tipo inflável, modelo 3 volumes, matéria prima elastômero de silicone grau médico, tipo estrutura preenchido com solução salina, componente 2 cilindros, bomba e reservatório pré-conectados, com comprimento de 10 a 25 centímetros”.

Cada item custou R$ 57.645,65 e foi fornecido por uma empresa de Campo Grande, a Qualy Medicam Comercial de Produtos Médicos Hospitalares.

A compra integra o pregão eletrônico SRP nº10 do Hospital Militar de Área de Campo Grande.

No pregão, que tem mais de 200 páginas, outras órteses e próteses foram adquiridas. Todas elas, segundo o documento do Exército, têm o objetivo de viabilizar a reabilitação dos militares e melhorar sua qualidade de vida.

O Correio do Estado procurou o Comando Militar do Oeste para perguntar a finalidade das próteses de silicone de bombeamento manual, compradas com recursos públicos, mas não recebeu resposta até a publicação da reportagem.

Próteses como estas, conforme especialistas, são indicadas para problemas de disfunção erétil.

Viagra

A compra das bombas penianas de silicone ocorreram simultaneamente com a compra de mais de 35 mil comprimidos para disfunção erétil (Viagra) pelas Forças Armadas, entre 2020 e 2021.

Nos processos de compra, o medicamento é listado como citrato de sildenafila, em dosagens de 25 mg e 50 mg. De acordo com Vaz, 28.320 comprimidos foram comprados para a Marinha. O Exército ficou com 5 mil unidades do medicamento e a Aeronáutica com 2 mil comprimidos.

A Marinha afirmou que a compra de sildenafila visa o tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), ‘uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar’.

CORREIO DO ESTADO